O alemão resiste ao tempo e se reinventa na Europa moderna

21 de maio de 2025 3 minutos
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“Sprache ist der Schlüssel zur Welt.”

A célebre frase de Wilhelm von Humboldt — “a língua é a chave do mundo” — expressa com clareza o poder do idioma como ferramenta de conexão entre culturas, saberes e nações.

São mais de 130 milhões de pessoas que falam alemão no mundo como primeira ou segunda língua, segundo o Deutschland.de. E esse número continua crescendo: cerca de 15,4 milhões de pessoas estão atualmente aprendendo o idioma, sendo 90% estudantes e 10% adultos.

O alemão é hoje a língua materna mais falada da UE, superando o francês, o italiano e, desde o Brexit, também o inglês. É idioma oficial ou cooficial em seis países — Alemanha, Áustria, Suíça, Bélgica, Luxemburgo e Liechtenstein — e está presente como língua minoritária em diversas regiões do continente, como o norte da Itália, a Alsácia francesa e partes da Europa Central e Oriental.

Muito além de sua herança cultural, o alemão funciona, no contexto europeu, como uma vantagem competitiva. Segundo o portal LanguageKnowledge.eu, países como Luxemburgo, Dinamarca e Polônia apresentam altos índices de fluência em alemão como segunda língua — reflexo direto das conexões comerciais, acadêmicas e diplomáticas com o mundo de língua germânica.

A força do idioma vai além das fronteiras do continente. Nos Estados Unidos, mais de 45 milhões de pessoas afirmam ter ascendência alemã. Na Rússia, cerca de 800 mil descendentes mantêm o idioma vivo. E até no Brasil, país de uma das maiores diásporas germânicas do mundo, o alemão é celebrado anualmente com uma programação especial.

A Semana da Língua Alemã, promovida pelas embaixadas da Alemanha, Áustria, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, é uma iniciativa que reforça os laços culturais com o Brasil e promove o idioma entre brasileiros de todas as idades. Em 2025, o evento acontece de 24 de maio a 8 de junho, com atividades que vão de aulas experimentais e workshops a filmes, gastronomia e literatura — tudo em torno da língua.

O prestígio do alemão também se reflete na diplomacia e na ciência. É uma das línguas de trabalho da União Europeia e de instituições internacionais como a Agência Espacial Europeia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. Além disso, historicamente, foi a língua da filosofia, da música erudita, da psicanálise, da física quântica — de nomes como Goethe, Freud, Beethoven, Marx e Einstein.

Mas como toda língua viva, o alemão também enfrenta desafios. A força do inglês como idioma global, a digitalização das interações e as transformações culturais trazem novas exigências. Ainda assim, o alemão resiste — e se reinventa — com escolas, universidades e centros culturais promovendo seu ensino e seu uso com criatividade e relevância.

No fim das contas, Wilhelm von Humboldt continua atual! A língua é, sim, uma chave. E o alemão, ainda hoje, abre muitas portas — da tradição ao futuro, da Europa ao Brasil.

 

Palavras-chave:

Europeanway

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