Percalços na aprovação da Lei da Restauração da Natureza na União Europeia

03 de maio de 2024 2 minutos
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A Lei de Restauração da Natureza representa um marco significativo no compromisso ambiental da União Europeia (UE), mas sua jornada rumo à implementação plena enfrenta agora desafios consideráveis.

Aprovada pelo Parlamento Europeu em fevereiro, esta legislação visa proteger e restaurar ecossistemas vitais em toda a região, estabelecendo padrões rigorosos para a importação de produtos associados ao desmatamento e impondo restrições aos produtores rurais europeus.

No entanto, o caminho para sua ratificação final pelos países membros tem sido turbulento. Recentes desenvolvimentos mostram uma série de nações, incluindo Suécia, Países Baixos, Itália e Hungria, retirando seu apoio à legislação, lançando incertezas sobre seu futuro. O cancelamento de uma votação crucial durante a cúpula de ministros europeus do ambiente em Bruxelas, Bélgica, sublinha as divisões e desafios enfrentados na busca por um consenso.

O comissário europeu do Meio Ambiente e Clima, Virginijus Sinkevičius, expressou preocupações contundentes sobre as consequências de um possível arquivamento da lei. Ele alertou para o impacto negativo na reputação global da UE, especialmente após seu papel de liderança na Cúpula da Biodiversidade, a Cop15, em Montreal, Canadá, em 2022. A possibilidade de comparecer à próxima Cop16 sem medidas concretas em vigor representa uma falha significativa nos compromissos ambientais da UE e levanta questões sobre a coesão e eficácia de seu processo decisório.

A legislação, prevista para entrar em vigor a partir de dezembro deste ano, busca abordar questões urgentes, como o desmatamento e a degradação florestal, através de restrições à importação de produtos como carne bovina, soja, café, óleo de palma, madeira, couro, cacau e borracha associadas a essas práticas destrutivas. Além disso, estabelece limitações aos produtores rurais europeus, proibindo a exportação de produtos cultivados em áreas de florestas desmatadas ou degradadas.

O destino da Lei da União Europeia de Restauração da Natureza permanece incerto, mas sua importância transcende as fronteiras do bloco, representando um teste crucial para o compromisso da UE com a proteção ambiental e sua capacidade de liderar globalmente na luta contra a degradação ambiental e a perda de biodiversidade.

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