A Isku é uma fabricante de móveis com um estilo nórdico bem definido. É impossível não se lembrar da sueca Ikea ao ver seus produtos, suas lojas e sua estratégia de produção sustentável. Mas a finlandesa tem se destacado, principalmente desde o ano passado, por sua produção de móveis antimicrobianos, também se mostrar efetiva no combate do novo coronavírus.
Em parceria com centros de pesquisa, universidades e outras empresas, a companhia vem desenvolvendo superfícies antimicróbios há alguns anos e que agora começam a ganhar espaço. Há sete anos, a Isku já produz e vende móveis escolares, de escritório e para hospitais com a tecnologia, trazendo funcionalidade e segurança sanitária para esses espaços. De acordo com a empresa, testes apontam que, seis meses após o uso, os produtos da com a tecnologia apresentam 92,7% menos bactérias que os convencionais.
O investimento nessa tecnologia surgiu como resposta para tentar controlar um problema: na Europa estima-se que 37 mil pessoas morram por ano por bactérias nosocomiais, que podem provocar infecções que não são combatidas com antibióticos comuns. Isso é um número maior que o total de vidas perdidas no continente em acidentes de carro.
A tecnologia parte de dois componentes principais bastante conhecidos: prata e cobre. Materiais que, segundo a Yle, a agência pública de notícias da Finlândia, já eram utilizados para purificação desde a Roma Antiga.
Em meados de 2020, o interesse dos clientes por móveis antimicrobianos aumentou, muito em função da Covid-19. De acordo com o CEO da Isku, Arto Tiitinen, eles custam cerca de um quinto a mais do que os móveis comuns, mas a diferença de preço é rapidamente recuperada à medida que diminui a licença médica das pessoas.
A empresa atua com outras compatriotas que buscam ampliar a gama de produtos antibacterianos. A Aliança Hygtech, que reúne empresas como a Abloy que está usando prata na superfície de maçanetas, a Oras produz torneiras acionadas sem contato e a Lojer que é focada nas necessidades de móveis hospitalares.
Essas companhias também fazem parte do projeto IHMEC, que recebeu 2 milhões de euros e reúne especialistas da Finlândia, Suécia e Estônia para criar soluções contra bactérias em superfícies, inclusive hospitalares, para atender os países do Oriente Médio.O objetivo do projeto é exportar soluções de higiene para a Arábia Saudita, que pode servir de porta de entrada para outros países do Oriente Médio.