Discriminação salarial contra mulheres na Islândia agora dá multa

O país é o primeiro do mundo a ter uma lei do gênero; até a primeira-ministra Katrin Jakobsdottir (foto) uniu-se aos atos realizados em 2018 pela aprovação da nova regra

03 de janeiro de 2019 2 minutos
Europeanway

A Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a exigir que os empregadores provem que pagam os mesmos salários a mulheres e homens que desempenham a mesma função. Aprovada no ano passado, a lei entrou em vigor no último dia 1º de janeiro.

A partir de agora, órgãos do governo e empresas do setor privado com mais de 25 funcionários terão que ter um certificado que atesta a implantação de políticas de igualdade salarial entre homens e mulheres. Os certificados serão reavaliados a cada três anos, segundo a NPR. As organizações que descumprirem a regra estarão sujeitas a multas diárias de um valor equivalente a R$ 1,6 mil.

A lei já está em vigor para as corporações com mais de 250 funcionários, que tiveram até o fim de 2018 para se adequar. Empresas e autarquias com um número entre 25 e 90 funcionários terão até 2021 para fazer os ajustes e obter a certificação.

Hoje, a diferença salarial entre homens e mulheres islandeses está entre 14% e 18%, um quadro que, ainda que indesejável, já faz do país o que tem a menor diferença de salários entre os gêneros no mundo, informa a revista britânica Geographical. No ranking do Fórum Econômico Mundial, a Islândia tem mantido essa posição, de maneira consecutiva, há nove anos.

A nova lei não veio sem luta. Em outubro do ano passado, por exemplo, mulheres de todo o país deixaram seus locais de trabalho pontualmente às 2h55 da tarde para protestar contra a diferença salarial – um ato que teve a adesão até mesmo da primeira-ministra Katrin Jakobsdottir (foto).

O horário não foi casual, como registrou o Women's Media Center. Para a escolha, considerou-se um outro dado, de que as mulheres na verdade recebem 26% menos que os homens, o que significa que são recompensadas apenas pelas primeiras cinco horas e 55 minutos de cada jornada de trabalho de oito horas. Assim, elas trabalharam naquele dia apenas cinco horas e 55 minutos. Mas os tempos agora são outros.

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