Cientistas suecos descobrem novo "órgão da dor" no corpo humano

Descoberta dos pesquisadores do Karolinska Institutet pode ajudar a encontrar uma cura para as dores crônicas, que afligem 20% dos adultos do planeta

20 de agosto de 2019 3 minutos
Europeanway

Pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, acabam de anunciar a descoberta de um novo órgão no corpo humano que detecta sinais de dor, como perfurações, punções e impactos. O estudo, publicado na revista Science, descreve como é o novo órgão sensível à dor, como ele se organiza junto com os nervos sensíveis à dor na pele e como a ativação desse órgão produz impulsos elétricos no sistema nervoso que provocam reações reflexas e uma experiência de dor no corpo.

As células que compões o “novo” órgão são extremamente sensíveis aos estímulos mecânicos, o que explica a participação na detecção de punções dolorosas e pressão. Em um dos experimentos, feitos em ratos, os pesquisadores bloquearam o órgão e notaram que a capacidade de sentir dores mecânicas diminuiu.

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Patrik Ernforsn, professor do Departamento de Bioquímica e Biofísica do Instituto e principal pesquisador do estudo, explica que a descoberta mostra que a sensibilidade à dor não ocorre apenas nas fibras nervosas da pele, mas também no órgão recém-descoberto. Células individuais denominadas fibras nociceptivas são consideradas os principais pontos de partida para esse tipo de dor, causado por estímulos mecânicos externos. Mas os novos achados intrigaram os cientistas.

"Nós consideramos há provavelmente 100 anos que a dor é iniciada a partir de nervos na pele", diz Ernfors. "Mas o que mostramos agora é que a dor também pode ser iniciada nessas células gliais (que já são conhecidas por trabalhar junto com as células do sistema nervoso)." 

A descoberta dos pesquisadores do Instituto Karolinska pode ajudar a abrir novos caminhos para a cura da dor crônica, um mal que assola cerca de 20% da população adulta do planeta. Para além do sofrimento dos indivíduos, a doença também causa perdas a toda a população: só nos Estados Unidos, a dor crônica custa, por ano, US$ 635 bilhões, uma conta que inclui tanto os gastos com os tratamentos médicos quanto com a perda de produtividade dos trabalhadores.

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