A sueca Storytel quer que os brasileiros também ouçam livros

A empresa, uma das maiores do mundo nos mercados de audiolivros e podcasts, acaba de anunciar o início de sua operação no país

11 de setembro de 2019 3 minutos
Europeanway

Se depender da Storytel, os brasileiros não vão só ler mais livros: eles também vão ouvi-los mais. A empresa sueca, uma das maiores do mundo nos segmentos de audiolivros e podcasts, lançou oficialmente nesta quarta-feira (11/9) sua operação no Brasil, o 18º país em que a plataforma – que também oferece os livros em formato digital, os e-books – está presente.

Na estreia, além da oferta de mais de 300 mil títulos disponíveis globalmente, os consumidores terão conteúdos exclusivos do catálogo preparado para sua chegada ao Brasil, como os produzidos por Monja Coen, Fred Elboni e Madama Brona ou a versão do clássico O Pequeno Príncipe lida pelo apresentador e jornalista Marcelo Tas. Para assinar a Storytel, é preciso baixar o aplicativo da plataforma e criar uma conta. A assinatura do serviço vai custar R$ 27,90 por mês, com degustação gratuita pelos primeiros 14 dias.

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O lançamento oficial da unidade brasileira da plataforma – comandada por André Palme, nome conhecido do mercado brasileiro de livros digitais – ocorreu nesta quarta, mas a empresa tem estruturado a operação desde o ano passado. Os esforços incluem a produção de audiolivros em português, que integram a base do catálogo disponível a partir desta semana.

O mercado de audiolivros ainda é incipiente no Brasil, mas o de podcasts, outro dos segmentos de atuação da Storytel, tem crescido de maneira acelerada nos últimos tempos. Segundo a Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), havia mais de 2 mil programas ativos de podcasts no país em 2018, número que representou uma alta de 330% em um intervalo de 12 meses.

Fundada em 2005 por Jonas Tellander e Jon Hauksson, a Storytel é contemporânea de outra conhecida empresa sueca de tecnologia, a Spotify. Como atuam na distribuição de conteúdo por streaming, elas são também concorrentes, ainda que não em todas as frentes, já que a Storytel não atua no mercado de música.

Em 2018, a companhia faturou 1,48 bilhão de coroas, ou o equivalente, hoje, a pouco mais de R$ 620 milhões. O número certamente crescerá neste ano, e graças ao forte aumento de sua base de assinantes: há menos de um mês, a companhia superou pela primeira vez a marca de 1 milhão de assinaturas pagas. Em dezembro, eram 768 mil.

Se o público brasileiro ainda vai precisar se habituar a esse nome, o fato é que, em sua terra natal, a Storytel tem uma trajetória que tem sido tratada até como divisor de águas na indústria editorial local. Um de seus passos mais importantes foi dado em 2016, quando ela comprou a Norstedts. Fundada em 1823, a editora, uma das mais conceituadas do país, foi a casa de vários ganhadores do Prêmio Nobel e de campeões internacionais de vendas como Stieg Larsson, autor da trilogia Millennium, que ganhou continuações após a morte do autor, em 2004. Segundo o jornal Dagens Nyheter, o negócio representou uma das maiores transformações da história da indústria de livros sueca.

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