União Europeia deve pressionar nações ricas a ter ações climáticas mais efetivas

26 de agosto de 2022 3 minutos
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Com a Europa diante de uma das maiores temporadas de seca da sua história, com rios secando e já com prejuízos à navegação, além dos incêndios florestais que se alastram por Portugal e Espanha, cresce a necessidade de um plano para buscar maior equilíbrio climático. Segundo o relatório de agosto do Observatório Europeu da Seca (EDO), da Comissão Europeia, 47% da Europa está em condições de alerta, na medida em que a umidade do solo é baixa e 17% da região de alerta é afetada pela vegetação. 

Mas o problema permanece e a seca atual promete mesmo ser a pior dos últimos 500 anos, até porque os dados finais confirmam a avaliação preliminar, como mencionou a Comissão. As colheitas típicas de verão sofreram forte impacto, com as de milho 16% abaixo da média dos cinco anos anteriores e as de soja e girassol: quedas de 15% e 12%, respetivamente.

E, justamente diante dessa crise climática no continente, a União Europeia se articula para pressionar as principais economias a ampliar suas ambições climáticas. A informação foi divulgada pela Reuters. O pedido por uma ação mais forte para o clima chega antes da cúpula da COP27, em Sharm El Sheikh, no Egito, que acontecerá em novembro. De acordo com o rascunho do documento da União Europeia, “a ação climática global continua insuficiente”. Na avaliação do bloco, as principais economias que ainda não fizeram planos para reduzir as emissões de gases precisam ampliar as suas metas.

Segundo a Agência Ambiental Europeia, em informações divulgadas em maio deste ano, a redução geral da União Europeia nas emissões de gases de efeito estufa em 2020 foi de 34% em comparação com o ano base de 1990. Apesar da queda nas emissões, a agência observou que mais precisa ser feito para cumprir a meta do bloco econômico e para alcançar uma redução líquida de 55% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030.

O alerta vem quando a UE enfrenta sua pior seca em cerca de 500 anos, em meio a ondas de calor e incêndios florestais que deixaram grandes áreas de território ressecados.

Fatos que se somam ao aumento dos preços da energia em grande parte dos países pertencentes ao bloco, à medida que os estados membros buscam alternativas para o gás russo, após a invasão da Ucrânia por Moscou no final de fevereiro.

A Alemanha, por exemplo, que vinha liderando iniciativas para limpar a sua matriz energética, está acionando usinas a carvão sujas para ajudar a lidar com o déficit. Com o Nord Stream 1 da Gazprom funcionando com apenas 20% da capacidade, o gás natural agora custa cerca de dez vezes mais do que no ano passado.

Na França, o custo já chega a € 900 por megawatt-hora. E os preços da energia para o próximo ano na Alemanha também aumentaram 23%, para um recorde histórico de € 792 por megawatt-hora.

Enquanto isso, cerca de 10 milhões de euros de gás que provavelmente teriam ido para a Alemanha estão sendo queimados pela Rússia todos os dias.

 

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