União Europeia aposta na energia solar para transição verde

14 de fevereiro de 2024 3 minutos
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A União Europeia planeja aumentar sua capacidade de energia solar fotovoltaica (PV) dos atuais 263 GW para 750 GW até 2030 segundo planos da Comissão Europeia.

No entanto, essa significativa expansão depende fortemente de painéis solares importados da China, país que domina 80% do mercado mundial. Isso levanta preocupações no continente em relação a variáveis econômicas e geopolíticas, além de uma possível dependência que poderia ser criada a partir daquele fornecimento.

Segundo estudo do Programa de Sistema Fotovoltaicos da Agência Internacional de Energia (IEA PVPS, em inglês), a China construiu em poucos anos a maior indústria de equipamentos e componentes de energia solar do mundo, dominando todos os elos da cadeia produtiva.

Por outro lado, a alternativa de contornar as importações por meio da produção na região poderia aumentar os custos e prejudicar a meta de alcançar patamares mais altos de energia renovável no continente.

Assim como a energia solar, a indústria eólica também teve origem na Europa. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada em 1976, na Dinamarca. Hoje, cinco dos 15 maiores fabricantes de turbinas eólicas são europeus. A Alemanha chegou a ser um grande player no mercado de painéis solares, mas a competição dos produtos chineses (fortemente subsidiados e alinhados com a estratégia de Pequim de buscar influência internacional crescente nesse campo) foi avassaladora e neutralizou aquele protagonismo.

Transição para a neutralidade climática

Portanto, em parte em resposta a essa realidade – e em um movimento há muito esperado – a UE está agora adicionando critérios não relacionados ao preço à sua Lei de Indústria Net Zero, incluindo, por exemplo, fatores de sustentabilidade ou integração de sistemas. No entanto, reconhecendo o estado frágil das finanças de alguns governos da região, a Comissão Europeia também oferece uma opção de exclusão, caso esses critérios levem a um aumento de preço de mais de 10%. Assim, ao comparar os custos de produção da Europa com os da China, o quadro está claro.

O principal objetivo desta proposta é acelerar a implantação industrial de tecnologias necessárias para apoiar a transição para a neutralidade climática, usando a força do mercado único para reforçar a resiliência econômica e a competitividade da Europa.

Com a Lei de Indústria Net Zero, a União Europeia visa alcançar uma liderança global na transição verde, usando as tecnologias do futuro para impulsionar a competitividade de sua indústria, criar empregos de qualidade e reforçar a soberania estratégica.

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