Um ano de invasão da Ucrânia pela Rússia: desafios e superações da população ucraniana e das nações dependentes dos combustíveis russos

Há um ano a Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo com que milhões de pessoas deixassem suas casas em busca de um lugar seguro para proteger a família dos horrores da guerra.

24 de fevereiro de 2023 4 minutos
Europeanway

Há um ano a Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo com que milhões de pessoas deixassem suas casas em busca de um lugar seguro para proteger a família dos horrores da guerra. Para trás, os ucranianos deixaram as lembranças de suas vidas. Os homens do país permaneceram no território ucraniano e se juntaram às forças de resistência comandadas pelo presidente Volodymyr Zelensky. Uma guerra travada pela ambição do russo Vladmir Putin para ocupar territórios vizinhos, que trouxe impactos para além do território ucraniano.

A União Europeia e os Estados Unidos condenaram a invasão à Ucrânia e desde o começo da guerra somam esforços para dar suporte militar ao presidente Zelensky. Nações vizinhas abriram as fronteiras para a recepção de cidadãos ucranianos. Mas o conflito que inicialmente indicava uma vitória rápida dos russos encontrou a resistência da Ucrânia com o suporte de outros países.

Mas para além dos impactos sociais e econômicos, a invasão russa à Ucrânia trouxe aos países da União Europeia o desafio de enfrentar a dependência do gás e combustíveis da Rússia. Um cenário complexo, que fez o custo de vida na Europa ter um dos maiores aumentos da história recente. Planos de contenção do uso de gás para aquecimento promoveu uma reeducação de quem convive com baixas temperaturas. Mas também fez com que a União Europeia acelerasse projetos de transformação energética, projetando para os próximos anos uma matriz de energia limpa nas nações do continente europeus.

Na data que marca o início do conflito,  os chefes de Missão dos Estados Membros da União Europeia acreditados em Brasília divulgaram uma declaração conjunta sobre esses 12 meses de invasão. De acordo com o grupo, houve  violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia e de todos os valores e princípios fundamentais do direito internacional consagrados na Carta das Nações Unidas. Eles destacam que a Carta da ONU deve ser protegida e preservadas.

“A agressão da Rússia e o ataque injustificado contra a Ucrânia constituem ameaça para todas as democracias, não apenas para os países europeus. O que está em jogo é a independência da Ucrânia e a soberania para fazer suas próprias escolhas políticas. Além disso, a invasão da Rússia gera ondas de choque econômicas globais em termos de segurança alimentar, inflação, interrupção das cadeias de abastecimento em mercados-chave como energia e fertilizantes, pelas quais a Rússia é a única responsável”, destaca trecho da mensagem conjunta dos embaixadores da União Europeia no Brasil.

O grupo reforça que a União Europeia continuará a prestar “um forte apoio à Ucrânia e ao seu povo enquanto for necessário. A União Europeia e os seus Estados-Membros mobilizaram cerca de 67 bilhões de euros em ajuda econômica emergencial e de recuperação rápida para a Ucrânia e seu povo, acrescidos de 12 bilhões de euros em assistência e suprimentos militares. Temos de continuar a dar à Ucrânia o apoio para sua defesa contra a agressão russa, restabelecer sua integridade territorial e prosseguir seu caminho rumo à União Europeia”.

O texto ressalta ainda a importância da resolução aprovada na quinta-feira (23/02) pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), com os apoios dos Estados-Membros da União Europeia, do Brasil e a maioria dos membros da ONU que trata dos Princípios da Carta das Nações Unidas Basilares para uma Paz Abrangente, Justa e Duradoura na Ucrânia. A resolução da AGNU reitera a exigência de que a Federação Russa retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares de todo o território da Ucrânia, dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente, e pede a cessação das hostilidades.

O grupo de embaixadores da União Europeia destacou a importância do apoio do Brasil à Ucrânia na ONU. Segundo o texto, esse apoio é “uma demonstração de solidariedade ao povo ucraniano, vítima inocente da agressão russa”. No documento, a União Europeia disse que neste contexto está totalmente empenhada em revigorar o diálogo e a parceria estratégica com o Brasil em todas as suas dimensões.

Na quinta-feira (23/02), representante russo disse que a Rússia avalia as iniciativas de paz formuladas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Destacando também que a posição “equilibrada” do Brasil é bem vista por Moscou.

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