A questão da diferença salarial entre os gêneros persiste como uma preocupação fundamental em nossa sociedade, refletindo não apenas desafios econômicos, mas também inequidades sistêmicas que exigem atenção e ação contínuas. Na União Europeia, apesar dos avanços em direção à igualdade de gênero, a disparidade salarial persiste como uma dimensão complexa e multifacetada.

Apesar do caminhar a passos lentos, os países do bloco lançaram recentemente uma nova diretriz voltada para impedir os empregadores de pagarem salários menores a suas funcionárias mulheres.

A diferença salarial entre os gêneros diminuiu 2,8 pontos percentuais na última década. A Comissão, porém, quer acelerar esse processo. Dados divulgados recentemente pela Comissão Europeia mostram que as mulheres ainda ganham em média 13% a menos do que os homens, desempenhando as mesmas funções. Para cada 1 euro pago aos homens, as mulheres recebem 87 centavos – o mesmo patamar registrado em 2022.

Em resposta a esse desafio persistente, a Comissão Europeia adotou uma abordagem proativa em março de 2020, desenvolvendo uma estratégia ambiciosa para erradicar a diferença salarial até 2025. A introdução da Diretriz de Transparência em Pagamentos em junho de 2023 representa um marco crucial nesse percurso. Esta diretriz não apenas capacita os trabalhadores a determinarem se estão sendo vítimas de discriminação, mas também assegura que os empregadores apliquem os princípios da igualdade salarial de maneira transparente.

Comprometida com a materialização desses objetivos, a Comissão destinou um orçamento significativo de 6,1 milhões de euros (R$ 32 milhões) para auxiliar os Estados-membros na implementação eficaz da Diretriz dentro de um prazo máximo de três anos. Essa iniciativa não apenas destaca a importância atribuída à igualdade de gênero, mas também reflete o empenho conjunto em criar um ambiente de trabalho mais equitativo e inclusivo.

À medida que essas medidas são implementadas, é imperativo que a sociedade continue a advocar por uma mudança estrutural. A busca pela igualdade salarial de gênero não é apenas um compromisso legal, mas uma declaração fundamental sobre os valores que norteiam a União Europeia, reafirmando seu compromisso com uma sociedade verdadeiramente igualitária e justa.