Desafios e avanços para a formação familiar na Europa

27 de março de 2024 3 minutos
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Um recente inquérito realizado no Reino Unido revelou que as preocupações financeiras são o principal obstáculo para os jovens adultos que consideram formar uma família. Cerca de 59% dos entrevistados citaram questões monetárias como a razão número um para adiar ou optar por não ter filhos.

O aumento do custo de vida foi apontado por 29% dos entrevistados como o maior obstáculo à paternidade, seguido pelo custo dos cuidados infantis (13%), falta de parceiro adequado (12%) e incapacidade financeira para adquirir uma casa própria (11%). Outro levantamento revelou que dois terços dos entrevistados considerariam congelar seus óvulos, esperma ou embriões para prolongar sua fertilidade se tivessem recursos financeiros para isso.

O alto custo do procedimento de congelamento de óvulos, que pode ultrapassar 10.000 euros, destaca a disparidade econômica que pode limitar o acesso à fertilidade. Empresas como a Apryl estão buscando oferecer benefícios de fertilidade aos funcionários, reconhecendo a importância de apoiar as necessidades familiares dos trabalhadores.

Ao mesmo tempo, avanços na licença parental na Europa oferecem esperança para os pais que desejam passar mais tempo com seus filhos. Conforme uma análise recente do jornal The Economist, a licença parental tem sido objeto de mudanças significativas nos últimos anos.

Desde os anos 1980, a maioria dos países europeus tem ampliado gradualmente a licença parental, com muitos oferecendo períodos consideravelmente mais longos do que o mínimo estipulado pela União Europeia. Os países nórdicos foram pioneiros ao introduzirem licenças paternidade por lei, com a Suécia e a Noruega liderando o caminho.

A Espanha se destacou ao igualar o período de licença maternidade e paternidade, oferecendo 16 semanas para ambos os pais, numa tentativa de reduzir o viés dos empregadores em favor de contratações femininas.

Apesar desses avanços, desafios persistem. Muitos sistemas ainda não oferecem licença remunerada o suficiente para incentivar a participação igualitária de ambos os pais na criação dos filhos. A professora de economia Emily Oster destaca que a falta de remuneração durante a licença parental pode perpetuar desigualdades socioeconômicas, tornando-a um privilégio para os mais ricos.

No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou planos para estender a licença parental para seis meses para cada genitor, numa tentativa de melhorar a participação feminina na força de trabalho e estimular a fertilidade. Esses esforços indicam um reconhecimento crescente da importância de políticas familiares abrangentes para promover o bem-estar das famílias e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal na Europa.

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