A recente aprovação da diretriz de energia renovável pelo Parlamento Europeu tem gerado temor entre os silvicultores. Com a decisão, os produtores da floresta temem perder o apoio da União Europeia à gestão florestal. Pela decisão do bloco econômico, ficam limitados alguns incentivos que recompensam o uso de biomassa lenhosa primária como fonte de energia renovável. Essa biomassa, para a Câmara da União Europeia é a madeira que, por estar podre, muito pequena ou danificada por qualquer motivo, tem que ser retirada das florestas por falta de outro uso, mas que também tem seu uso comercial.
A decisão do Parlamento Europeu suscitou medo no setor florestal.
“Grande parte dos proprietários florestais têm como fonte de renda esses resíduos (cavacos ou briquetes e pellets, que são sobras de madeira prensada para produzir calor). Há toda uma indústria que depende disso, pois o que para alguns países europeus é um subproduto, para o Mediterrâneo é uma ferramenta econômica para cuidar das montanhas e florestas, removendo-as e aproveitando-as”, diz Francisco Carreño, presidente da Confederação de Organizações Florestais da Espanha (COSE).
Os proprietários destacam as peculiaridades da montanha mediterrânea. Para os donos de florestas, “a madeira é um recurso renovável que deve ter uma busca de materiais substitutos para derivados de petróleo”.
De acordo com representantes de movimento ecológicos europeus, os silvicultores não devem temer essa decisão, pois a própria definição de biomassa lenhosa primária utilizada pelo Parlamento Europeu “é enfraquecida porque acrescenta uma longa lista de isenções”. Entre elas, destacam-se as provenientes de florestas afetadas por catástrofes naturais, as obtidas por medidas de prevenção de incêndios florestais, as adotadas para a segurança viária ou as provenientes de áreas afetadas por pragas ou doenças ativas.
Outro aspecto destacado é que a retirada da biomassa florestal dos incentivos impediria os Estados-Membros de pagar às empresas de energia pela queima de florestas”.
Para representantes de silvicultores, o fim dos incentivos à silvicultura pode levar ao abandono do campo por uma parcela significativa de pessoas, pois esses programas têm impacto no desenvolvimento rural das comunidades autônomas.