O Reino Unido inaugurou recentemente uma nova etapa de controle migratório ao implementar o sistema de Autorização Eletrônica de Viagem (ETA, na sigla em inglês), obrigatório para visitantes de diversas nacionalidades, incluindo brasileiros. A medida, que visa reforçar a segurança e monitorar melhor os fluxos migratórios, insere um nível adicional de burocracia para turistas que desejam ingressar no território britânico, aproximando-se de modelos já aplicados por países como Estados Unidos e Canadá.
O ETA, disponível para solicitação online desde outubro, exige que os visitantes preencham um formulário com informações pessoais e do passaporte, além de responder a questões relacionadas à viagem. O custo da autorização é de 10 libras (cerca de R$ 60, dependendo da taxa de câmbio), e o documento tem validade de dois anos ou até o vencimento do passaporte utilizado na aplicação.
A mudança, que começou a valer recentemente, representa um marco para os brasileiros, que anteriormente estavam isentos de visto para viagens de turismo ou negócios de até seis meses. Apesar da nova obrigatoriedade, o processo é relativamente simples e ágil, com aprovação geralmente concedida em até três dias úteis. No entanto, especialistas alertam que erros no preenchimento ou inconsistências podem levar a atrasos, sublinhando a importância de atenção aos detalhes durante a aplicação.
Embora o valor do ETA seja considerado acessível, a nova exigência pode representar um obstáculo para aqueles menos familiarizados com processos digitais ou sem acesso à internet confiável. Esse detalhe tem levantado questionamentos sobre como o sistema impactará o fluxo de turistas provenientes de mercados emergentes.
De acordo com o governo britânico, a medida está alinhada aos esforços para reforçar a segurança das fronteiras em um contexto global de crescente preocupação com migração irregular e ameaças transnacionais. Ainda assim, críticos apontam que a introdução de barreiras administrativas, mesmo que leves, pode desestimular viagens espontâneas e reduzir o número de visitantes, especialmente em um momento em que o setor turístico busca se recuperar de choques recentes, como o Brexit e a pandemia de Covid-19.
Para além do impacto imediato, a obrigatoriedade do ETA reflete uma tendência mais ampla na reconfiguração de políticas migratórias globais, onde a tecnologia desempenha um papel central no controle e monitoramento de fluxos de pessoas. A decisão britânica insere-se em um contexto de maior alinhamento às práticas de parceiros internacionais, reforçando sua posição como destino turístico estratégico, mas sob condições que priorizam segurança e controle.
Resta saber se o modelo será bem aceito pelos viajantes brasileiros, que compõem uma parcela significativa do turismo no Reino Unido, ou se as novas regras levarão a ajustes futuros, à medida que os efeitos práticos sejam avaliados.