O voto feminino inaugurou a democracia na Suécia – e acaba de completar 100 anos

País dá início às celebrações do centenário da participação das mulheres nas eleições, marco zero da democracia sueca; homenagens vão se estender até 2022

18 de dezembro de 2018 3 minutos
Europeanway

Nesta segunda-feira (17/12), a Suécia deu início às celebrações do centenário de sua democracia. Talvez soe um tanto curioso que o país saiba exatamente em que dia seu regime democrático nasceu, mas é que o marco zero tem nome e sobrenome: voto feminino. Foi no dia 17 de dezembro de 1918 que o Riksdag, o Parlamento local, aprovou a participação, sem restrições, das mulheres nas eleições.

O voto feminino na Suécia comemora agora seu centenário, mas a luta por esse direito começou ainda no século 19, quando surgiram as primeiras moções parlamentares sobre o tema (a que inaugurou a série data de 1884). Não que os homens tivessem amplo direito a voto. Na verdade, com as regras que privilegiavam os mais ricos, apenas 9% da população sueca podia de fato votar na primeira década do século 20. Só em 1911 é que o sufrágio universal masculino passou a valer.

Mais tarde, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, na esteira de manifestações populares contra o racionamento de comida, os membros do Riksdag voltaram à carga com o debate sobre a participação das mulheres na política. Em 17 de dezembro de 1918, as duas Câmaras do Riksdag (que então era dividido em duas casas, o que mudou em 1971) decidiram: a Suécia passaria a ter sufrágio universal.

Mas a nova regra ainda demoraria a entrar em prática. Como a votação ocorreu em uma sessão extraordinária do Parlamento, ela não pôde ser formalizada. A primeira votação formal sobre o tema ocorreu em 24 de maio de 1919 e a segunda, em 1921. Foi nesse ano que as mulheres votaram – e concorreram – pela primeira vez. Dos 2 milhões de novos eleitores registrados no país naquele ano, 1,7 milhão eram mulheres. 

Em janeiro de 1922, as primeiras mulheres entraram no Riksdag como representantes do povo, com a eleição das pioneiras Kerstin Hesselgren, Elisabeth Tamm, Bertha Wellin, Agda Östlund e Nelly Thüring. Aliás, é por isso que o Parlamento aprovou em 2013 um projeto que estabelece celebrações oficiais até 2022: para que não só a votação inaugural, de 1918, seja lembrada, mas também que se registre o centenário da primeira vez em que as suecas integraram o Parlamento.

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