Na Finlândia, até prisioneiros estão trabalhando com inteligência artificial

Projeto criado há três meses levanta dados que abastecem algoritmos da empresa Vainu - e treina condenados para que tenham uma ocupação depois de cumprirem suas penas

30 de março de 2019 3 minutos
Europeanway

A Finlândia criou uma nova ocupação para os criminosos que cumprem pena no país: dar a eles treinamento sobre os algoritmos da inteligência artificial. Já há, ao todo, dez estações de trabalho nas prisões de Helsinque (foto) e Turku, cidade localizada a duas horas a noroeste da capital finlandesa, de acordo com um post no blog da agência do país encarregada do sistema prisional.

"A Agência de Sanções Criminais vem desenvolvendo constantemente o trabalho nas prisões, concentrando-se no trabalho de reabilitação e no treinamento dos prisioneiros paa que desenvolvam habilidades necessárias para sua futura vida profissional futura", diz o texto, como informa a revista Fortune.

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O trabalho tem sido feito em parceria com a empresa Vainu, para a qual o prisioneiros estão criando um banco de dados global para ajudar as empresas a encontrar colaboradores, de acordo com uma reportagem do site The Verge. Um dia de trabalho típico envolve a revisão de conteúdos coletados das redes sociais e da internet.

“Os presos que participam das atividades respondem perguntas simples como: 'Este artigo fala sobre uma aquisição de negócios?' A mesma pergunta é repetida várias vezes para pessoas diferentes, o que produz material de alta qualidade para treinar a inteligência artificial da Vainu", informa a agência penal finlandesa.

A parceria começou há cerca de três meses. A Vainu enviou dez computadores para as duas prisões e paga à agência pelas tarefas que os prisioneiros completam. A quantia é comparável a profissionais que se oferecem por meio da plataforma Mechanical Turk – em torno de US$ 2 por hora, segundo o The Verge -, com a diferença de que a agência fica responsável por decidir quanto da verba é repassada aos prisioneiros e por selecionar quais pode participar dos trabalhos.

A Finlândia já tem um programa em que tem como meta ensinar inteligência artificial a 1% de sua população. Agora, em uma iniciativa à parte, a ideia atravessou os muros das prisões. Com ela, ao mesmo tempo em que abastecem a base de dados da Vainu, os prisioneiros desenvolvem habilidades que podem ajudá-los a se reinserir na sociedade depois do fim de suas sentenças.

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