Finlandeses criam bioplástico a partir de teias de aranha

O grupo de pesquisadores também utilizou fibra de madeira para desenvolver o material, que tem potencial para substituir o plástico

20 de setembro de 2019 3 minutos
Europeanway

Pesquisadores da Universidade de Aalto e do Centro de Pesquisa Técnica VTT, ambos na Finlândia, criaram um material biodegradável com um impacto potencialmente revolucionário: o de substituir o plástico. A invenção dos cientistas finlandeses foi desenvolvida a partir de fibras de celulose de madeira e da proteína de seda encontrada nos fios de teias de aranha, o que dá ao material uma estrutura firme e resistente.

Os resultados da pesquisa acabam de ser publicados. "As fibras de celulose que usamos vieram da madeira, mas também é possível usar outros tipos de celulose, como jornais velhos ou têxteis de algodão como fonte", disse Markus Linder, professor da Universidade de Aalto. 

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Ele também explica que a seda de aranha usada no trabalho não foi produzida por insetos reais, mas por meio do DNA sintético inserido em bactérias. Isso foi possível porque os pesquisadores conhecem a estrutura do DNA, o que permite copiá-lo e usá-lo para fabricar moléculas de proteína da seda, que são quimicamente semelhantes às encontradas nos fios da teia de aranha. 

Linder acredita que o material é uma opção viável para substituir plásticos que hoje são usados para produzir itens como carros, telefones celulares ou computadores. As possibilidades animam os pesquisadores, mas eles fazem a ressalva de que ainda devem demorar algum tempo até que consigam produzir o bioplástico em grandes quantidades.

"Aumentar a produção vai exigir muito trabalho", disse Linder. "Existem muitos detalhes sobre como isso deve ser feito e muitos problemas em potencial. Algumas coisas funcionam bem no laboratório, mas fazê-las em larga escala requer soluções muito diferentes."

A produção em larga escala pode até demorar, mas só de existir a possibilidade de o plástico ter um substituto biodegradável no futuro já é motivo de celebração. Afinal, os cientistas já deram o alerta de que pode haver mais plástico do que peixes nos oceanos em 2050 se o nível atual de produção do material se mantiver. 

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