A Finlândia anunciou na última semana um novo conjunto de medidas ajudar sua economia a se recuperar da crise do coronavírus. O pacote de estímulo soma € 5,5 bilhões (R$ 30 bilhões). Entre outras frentes, ele destinará recursos para projetos de transporte, educação, combate à crise climática, reforço às finanças municipais e, também, para um novo museu. A decisão é uma evidência de que investir em cultura e na economia não são medidas conflitantes.
O Museu de Arquitetura e Design receberá € 60 milhões (R$ 167 milhões) do total previsto no pacote de estímulo criado para enfrentar os efeitos do coronavírus sobre a economia. Ele será erguido na zona sul da capital, Helsinque, e vai reunir em um só local o Museu da Arquitetura Finlandesa e o Museu de Design de Helsinque. Ambos ocupam hoje prédios do século 19, que têm estrutura considerada inadequada para abrigar instituições do gênero.
Segundo a previsão atual, o novo museu deve abrir suas portas em 2025. Seu local exato ainda não foi definido, mas entre as alternativas em discussão está a área que chegou a ser considerada para o Guggenheim Helsinki, abortado em 2016. Na ocasião, o governo finlandês rejeitou a proposta de bancar o projeto.
Sonho renovado
A unidade do Guggenheim na capital finlandesa fazia parte de um plano de revitalização da região portuária. Ainda que o desejo de recuperação da área já existisse na época, o projeto enfrentou forte rejeição da população. Em parte, os moradores se diziam contrariados com o fato de que o projeto exigiria muitos recursos públicos, ainda que fosse uma iniciativa de caráter privado.
Esse histórico explica o entusiasmo com o novo projeto, que contrasta com a desconfiança com o anterior. “A região precisa de um prédio desse porte”, disse, segundo o jornal Helsingin Sanomat, a vice-prefeita de Helsinque, Nasima Razmyar, que lidera as áreas de cultura e lazer na cidade. “Ele será também um símbolo de recuperação [da área].”