Em meio às crises mundiais, como guerras entre nações e conflitos internos, um dado mostra a evidente diferença no tratamento dos refugiados vítimas dessas situações extremas, ao buscar apoio na Europa.
De acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Psicologia e Ciências Sociais da Open University, do Reino Unido, imigrantes africanos e sírios tiveram maior dificuldade em conquistar uma nova morada no continente europeu, em comparação a outras nações.
É o caso de pessoas que deixaram a Ucrânia por conta da guerra contra a Rússia. De acordo com relatos de ucranianos, em alguns casos, a documentação e a permissão de trabalho estava em suas mãos apenas um dia após sua chegada em Madri, na Espanha.
Não foi o que aconteceu, por exemplo, com pessoas vindas da República Democrática do Congo, que estão há cinco meses no mesmo país e, até o momento, não possuem nenhum tipo de registro oficial. E mais: ainda dependem da Cruz Vermelha para estadia e alimentação.
De acordo com a pesquisa, que ouviu cerca de 300 participantes do Reino Unido e de Malta, os refugiados da Ucrânia despertam nos demais europeus um sentimento mais positivo do que africanos e sírios.
Na escala apresentada pelo estudo, há mais disposição entre os europeus para ajudar quem chega da Ucrânia. Há percepção de ameaça maior diante de imigrantes somalis e sírios, em comparação com os ucranianos.
Números da imigração europeia
Os movimentos migratórios em ritmo de fuga para a Europa ocorrem em massa partindo de diversos lugares.
Para citar os mais numerosos, são 5,84 milhões de ucranianos refugiados no continente; aproximadamente 1 milhão de sírios buscaram o mesmo caminho. Da África, são 700 mil, vindos principalmente da República Centro-Africana e da República Democrática do Congo.
De acordo com o estudo, a forma como as nações lidam com refugiados é diferente, desde os programas oferecidos.
Nos exemplos acima, o Reino Unido chegou a oferecer apoio às famílias britânicas que acolhessem ucranianos em suas próprias residências. Por outro lado, à mesma época, orientou que refugiados que entrassem pelo Canal da Mancha fossem direcionados, primeiramente, a Ruanda, na África para, então, formalizar o pedido de refúgio.