Fantasias, guloseimas, gelo e nada de samba: como é o carnaval na Escandinávia

Normalmente restrita a apenas um dia, festa também tem versões na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia

01 de março de 2019 4 minutos
Europeanway

Os países escandinavos não têm desfiles de escolas de samba, blocos de rua ou abadás, mas isso não quer dizer que não haja carnaval na região. Normalmente restrita a um dia, a festa também tem versões na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia. Conheça abaixo as tradições de cada país.  

Finlândia: deslizando na neve
Laskiainen é o nome da festa de carnaval finlandesa. Normalmente comemorada na terça-feira (embora não seja feriado), em alguns locais ela também é realizada no último domingo antes da Quarta-Feira de Cinzas. A celebração da última festa antes do início da Quaresma nem de longe remete à folia que se vê nas ruas brasileiras: muitos finlandeses se reúnem com seus trenós para deslizar na neve. Também há festas de estudantes, especialmente na noite de terça, às quais muita gente comparece fantasiada. A tradição também inclui o laskiaispulla – que, visualmente, lembra o sonho que se consome no Brasil -, um doce feito especialmente para a data.

Islândia: músicas e doces
Na Quarta-Feira de Cinzas, crianças fantasiadas andando pelas ruas são a visão mais comum na Islândia. É o Öskudagur – ou, literalmente, "dia de cinzas" -, quando os pequenos visitam casas e locais de trabalho para pedir doces (um costume que também se vê na Dinamarca). Sim, isso lembra a tradição de Halloween, mas as origens das duas festas são totalmente distintas: o Halloween tem suas raízes em uma tradição pagã pré-cristã, na qual o outono tardio foi dedicado à lembrança dos mortos; as raízes de Öskudagur, por sua vez, são definitivamente cristãs (além do mais, não pega bem fazer essa comparação a um dinamarquês ou um islandês). Detalhe importante: as crianças islandesas não recebem doces gratuitamente. Eles precisam "conquistar" suas guloseimas, geralmente cantando uma música.

Suécia: parada e "terça gorda"
Desde 1974, Hammarkullen, cidade vizinha de Gotemburgo, a segunda maior da Suécia, realiza uma parada de carnaval, com dança, música e comida. Imigrantes de todo o mundo que moram na região divertem-se nas ruas, nas quais muitos desfilam com as bandeiras de seus países de origem; brasileiros e outros latino-americanos são figuras onipresentes. Além desse celebração local, a Suécia comemora a Fettisdagen (literalmente, "Terça-Feira Gorda"), na qual a tradição é o consumo em larga escala do fastlagsbullar, um doce recheado que lembra o sonho brasileiro.

Dinamarca e Noruega: gato preto vira piñata
Na tradição dinamarquesa e norueguesa, a comemoração de carnaval, chamada de Fastelavn, ocorre no domingo. Nesse dia, crianças fantasiadas se reúnem em escolas, creches ou em sua própria vizinhança para a brincadeira de "derrubar o gato do barril". A exemplo da piñata mexicana, um barril – com a imagem de um gato pintada nele – cheio de doces é pendurado, e as crianças tentam quebrá-lo com um bastão. A diversão é tentar liberar os doces com os golpes (no passado, um gato vivo, de preferência preto, era colocado dentro do barril, um costume que felizmente ficou para trás). Os vencedores da brincadeira são coroados como rei e rainha do gato. A celebração é basicamente infantil, mas alguns adultos também se fantasiam para acompanhar os pequenos no jogo do barril.

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