Se você está planejando uma viagem para a Europa, prepare-se para enfrentar novas regras para a bagagem de mão. A principal mudança envolve o volume de líquidos que poderão ser transportados, com o retorno à restrição dos famosos frascos de 100 ml. Apesar de avanços tecnológicos nos aeroportos europeus, um recente relatório técnico apontou que os scanners não são completamente eficazes na detecção de líquidos em grandes volumes. Agora, os viajantes terão de rever o que podem levar na cabine e como organizar seus itens de higiene pessoal.
Após os atentados de 11 de setembro, medidas de segurança rigorosas foram implementadas nos aeroportos de todo o mundo. Uma das mais conhecidas é a limitação de líquidos na bagagem de mão, adotada em 2006, que restringe frascos a até 100 ml, totalizando no máximo 1 litro por passageiro. Com o avanço da tecnologia, alguns aeroportos europeus começaram a testar scanners de última geração, conhecidos como C3, que permitiam inspecionar bagagens com líquidos em maiores volumes.
No entanto, um relatório recente enviado à Conferência Europeia de Aviação Civil (ECAC) em maio revelou que esses novos scanners não conseguem detectar adequadamente recipientes com mais de 330 ml. Por isso, as autoridades decidiram retornar às regras de segurança mais rígidas.
O que muda na prática?
Os líquidos transportados na cabine deverão obedecer às mesmas diretrizes estabelecidas em 2006. Os passageiros poderão carregar recipientes de até 100 ml, que deverão ser guardados em um saco plástico transparente, com dimensões aproximadas de 20 cm x 20 cm. Esse saco deve ser retirado da mala e colocado em uma bandeja separada ao passar pelo Raio-X, o que pode resultar em filas maiores nas áreas de inspeção.
Entre os itens que estarão sujeitos a essa regulamentação estão:
- Bebidas
- Alimentos semilíquidos, como sopas e conservas
- Cosméticos e produtos de higiene pessoal, incluindo xampu, protetor solar, pasta de dente e cremes
- Sprays, como desodorantes e cremes de barbear
- Géis e soluções líquidas, como produtos para lentes de contato
Medicamentos líquidos e alimentos para bebês continuarão isentos dessa regra.
Ao contrário dos rumores que circularam recentemente, o tamanho das malas de mão não será padronizado por enquanto. Apesar de uma proposta aprovada pelo Parlamento Europeu para uniformizar as dimensões e garantir transporte gratuito dessas malas, ainda é necessária a aprovação final pelo Conselho Europeu. Até lá, os passageiros devem seguir as políticas específicas de cada companhia aérea.
Vale lembrar que a maioria das empresas, inclusive as tradicionais, cobra pelo despacho de bagagem, com os preços variando conforme a rota e a data. Isso é ainda mais relevante em voos low cost, onde o valor da mala despachada pode, muitas vezes, superar o preço da passagem.
Uma tendência recente entre os viajantes para evitar o pagamento por bagagem despachada – e que acabou virando meme nas redes sociais – é vestir o maior número possível de roupas durante o embarque. Em voos de baixo custo, é comum ver passageiros embarcando com várias camadas de roupas, gorros, cachecóis e até duas ou três jaquetas sobrepostas.