A Comissão Europeia apresentou recentemente proposta para fazer que a indústria têxtil, uma das mais poluentes do mundo, pague pelos custos da gestão de seus resíduos. A iniciativa sugere que empresas do setor de roupas e calçados assumam a responsabilidade pelo ciclo completo de vida de seus produtos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a indústria da moda é responsável por entre 2% e 8% das emissões globais de carbono (CO2), com grande impacto sobre o clima. Na União Europeia, anualmente, mais de 12 milhões de toneladas de resíduos têxteis são produzidos e apenas um quinto desse total tem a destinação correta, depois do descarte pelos consumidores. A maior parte acaba em aterros sanitários ou é incinerada.
A sociedade compra cada vez mais roupas que duram cada vez menos. Nos últimos anos, grandes marcas de fast fashion e do chamado ultra fast fashion têm faturado bilhões com um novo padrão de produção e consumo no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados de uma forma mais rápida.
De acordo com a revista Forbes, esses tipos de peças hoje são utilizadas menos de cinco vezes e geram 400% mais emissões de carbono do que roupas de marcas classificadas como slow fashion.
A proposta, apresentada pelo braço executivo da UE, ainda precisa ser votada no Parlamento e no Conselho Europeu. Com a implementação do ‘imposto da economia circular’, espera-se que as organizações acelerem suas ações relacionadas à coleta, reciclagem e reutilização dos materiais.
Paralelamente, a partir de 2025, entrará em vigor outra regra naquele continente, que vai cobrar de seus países-membros a implantação de sistemas de coleta específicos para resíduos têxteis.
O texto diz que o valor cobrado das empresas será proporcional ao custo associado ao tratamento de cada material. O objetivo é incentivar a produção de peças mais sustentáveis, seja na escolha das matérias-primas ou nas possibilidades de reaproveitamento pós-consumo, por exemplo.