Envelhecimento acelerado na União Europeia: desafios demográficos e soluções estratégicas

17 de outubro de 2023 3 minutos
Europeanway

O envelhecimento acelerado da população na União Europeia se torna uma ameaça iminente à vitalidade do bloco, resultando em preocupações como a escassez de mão de obra, pressão crescente sobre os orçamentos públicos e o aprofundamento das disparidades regionais. A Comissão Europeia emitiu um alerta enfático em seu recente relatório sobre as mudanças demográficas na UE, que delineia a urgência de lidar com esse problema que se desenha no horizonte.

Na Europa, o envelhecimento da população pode ser explicado por meio da fase de transição demográfica em que se encontra a maior parte dos países do continente, em especial aqueles que integram o bloco da União Europeia.

A teoria da transição demográfica demonstra o processo de evolução de uma determinada população no decorrer do tempo, tendo início com o aumento das taxas de fecundidade e natalidade em conjunto com uma alta taxa de mortalidade e passando pela explosão demográfica até a estabilização dos indicadores, o que leva à estagnação do crescimento populacional e ao posterior encolhimento da população.

Muitos países europeus se encontram na quarta fase de sua transição demográfica, caracterizada pelas taxas estáveis de crescimento da população, que são muito próximas de 0. Um exemplo disso é a Espanha, cuja população cresce 0,13% ao ano.

Entretanto, existem alguns países, como Portugal, Itália, Hungria e Grécia, que já registram uma redução de sua população, com taxas negativas de crescimento. No caso de Portugal, por exemplo, o crescimento populacional é de -0,2% ao ano. Considera-se que esses países já estão na quinta fase de transição demográfica.

O relatório também prevê uma diminuição gradual da população da UE a partir de 2026, com uma perda significativa de 57,4 milhões de pessoas em idade ativa até 2100. Além disso, a proporção entre idosos e pessoas em idade ativa aumentará de 33% para 60% até o final do século.

Essas mudanças demográficas impactarão negativamente o mercado de trabalho, com uma escassez generalizada que poderá prejudicar o crescimento econômico, a produtividade e a inovação, diminuindo a competitividade da UE em comparação com outras economias globais. A mão de obra em constante redução também representará um desafio financeiro, aumentando a pressão sobre os orçamentos públicos para gastos com saúde e previdência, o que pode afetar os investimentos em áreas como energias renováveis e tecnologias avançadas.

A Comissão Europeia sugere várias medidas para enfrentar esses desafios, incluindo a redução das disparidades salariais entre homens e mulheres, melhorias no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, benefícios fiscais, custos reduzidos de cuidados infantis, acesso facilitado de jovens a empregos de qualidade e habitação acessível. Além disso, incentiva a capacitação de trabalhadores com mais idade, por meio de programas de aprimoramento de habilidades e horários flexíveis.

O relatório também destaca a importância da migração para preencher as crescentes vagas de emprego, visto que desempenha um papel vital na abordagem deste desafio demográfico.

É importante notar que a Comissão reconhece a diversidade das situações nos estados-membros e não propõe uma abordagem única para todos, reconhecendo a necessidade de adaptar as políticas à realidade de cada país.

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