Social-democratas europeus lideram debate sobre defesa e cortes sociais na UE

15 de março de 2024 2 minutos
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Social-democratas europeus lançam uma campanha vigorosa para as próximas eleições da União Europeia, elevando a justiça social como ponto central em meio aos crescentes apelos por um aumento dos gastos militares na região. Com governos liderados por social-democratas em países como Alemanha, Espanha, Romênia e Dinamarca, além de um governo interino em Portugal, essa coalizão política se projeta como uma das forças mais significativas no Parlamento Europeu após as eleições marcadas para o início de junho.

Enquanto a UE enfrenta desafios em sustentar seu apoio à Ucrânia contra a Rússia e é pressionada a investir mais em sua própria defesa, surgem vozes defendendo uma reorganização de recursos, sugerindo cortes nos gastos sociais para atender a essas novas demandas.

“O apoio público para financiar a defesa é frágil”, alerta Marcel Schlepper, renomado economista e especialista em política de defesa do Instituto Ifo, sediado em Munique. Em uma análise recente, Schlepper e sua equipe observaram que, embora haja um consenso geral sobre a necessidade de aumentar os gastos com defesa na Europa, a disposição para contribuir varia consideravelmente entre os países membros.

Apenas quatro nações europeias – Suécia, Bulgária, Alemanha e Noruega (esta última não faz parte da UE) – registram mais de 50% de apoio da população para um aumento nos gastos de defesa por parte de seus respectivos governos.

Neste contexto, a União Europeia apresenta sua nova estratégia de defesa, delineando planos para compras conjuntas de armamentos e equipamentos militares, além de um substancial reforço à indústria de defesa europeia, visando reduzir a dependência dos Estados Unidos.

“É crucial que assumamos maior responsabilidade por nossa própria segurança, enquanto mantemos um compromisso sólido com a OTAN”, destaca Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia, durante a apresentação da nova estratégia. “Precisamos alcançar um equilíbrio transatlântico adequado, independentemente das dinâmicas políticas nos Estados Unidos”, acrescenta Vestager.

Esses debates refletem uma encruzilhada crucial para a União Europeia, onde a busca por uma defesa robusta se choca com as demandas por manutenção dos programas sociais, colocando os líderes políticos diante de escolhas difíceis enquanto traçam o futuro do continente.

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