
Portugal se prepara para as eleições legislativas antecipadas marcadas para 18 de maio de 2025, em um cenário de instabilidade política e fragmentação partidária. A dissolução do Parlamento, anunciada pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa em março, ocorreu após a queda do governo de Luís Montenegro, líder da coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), devido à rejeição de uma moção de confiança relacionada a suspeitas de conflitos de interesse envolvendo sua família.
Pesquisas recentes indicam que a AD lidera com 32% das intenções de voto, seguida pelos socialistas com 27%. O partido de extrema-direita Chega aparece com 19%, enquanto a Iniciativa Liberal mantém 5%. No entanto, esses números estão aquém da maioria parlamentar necessária, estimada em pelo menos 42%, sugerindo a continuidade de um parlamento fragmentado e dificuldades na formação de um governo estável.
Montenegro reiterou que não formará alianças com o Chega, o que limita as opções de coalizão da AD. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa já advertiu que não nomeará um governo que “não tenha nenhuma possibilidade de contar com o apoio do Parlamento” .
As eleições também são marcadas por debates sobre imigração, crise habitacional e saúde pública. A gestão migratória tornou-se um tema central após o anúncio do governo de que 18.000 imigrantes irregulares receberiam notificações para deixar o país, medida criticada por opositores como eleitoralista e populista.
Além disso, pela primeira vez, duas candidatas afrodescendentes concorrem às legislativas, refletindo uma mudança na representatividade política e trazendo à tona discussões sobre diversidade e inclusão no Parlamento português.