Direito de voto aos pobres, que universalizou eleições na Noruega, completa 100 anos

Ao relembrar histórias de quem foi beneficiado pela medida, país começa a celebrar o centenário da decisão do parlamento de permitir que cidadãos de baixíssima renda pudessem votar

14 de março de 2019 2 minutos
Europeanway

A Noruega vai comemorar neste ano o centenário da universalização do direito ao voto no país. Em 1919, seis anos depois de assegurar a participação das mulheres nas eleições, o Stortinget, o Parlamento norueguês, decidiu que as pessoas de baixíssima renda também pudessem votar nas eleições municipais daquele ano.

O Stortinget vai marcar o centenário relembrando a história, iniciativa que começou nesta semana, com a produção de um artigo e um vídeo didático, disponível nos canais oficiais da casa. No dia 17 de julho daquele ano, o Parlamento revogou o artigo da Constituição que excluía das eleições beneficiários do programa assistencial destinado aos pobres.

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O material produzido pelo Parlamento relembra histórias de pessoas que passaram a ter o direito ao voto. "A decisão de 1919 foi importante porque, naquela época, o status social e econômico ou os traços pessoais deixaram de determinar quem podia votar. Com isso, votar tornou-se um direito humano básico na Noruega", diz a presidente do Stortinget, Tone Wilhelmsen Trøen, segundo registro do jornal Norway Today.

Embora o direito ao voto para qualquer pessoa com mais de 25 anos tenha sido introduzido em 1913, quando as mulheres conquistaram o direito de votar nas eleições parlamentares, o direito de fato universal só foi atingido com a decisão de 1919, relembra a parlamentar. Hoje, pessoas de mais de 18 anos têm esse direito.

Na época, por causa da restrição imposta pela Constituição, 47.500 pessoas em idade de votar estavam excluídas. O número correspondia a pouco mais de 4% dos potenciais eleitores.

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