Críticas à premiação em dinheiro para atletas nos Jogos Olímpicos de Paris

30 de abril de 2024 3 minutos
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A Associação das Federações Internacionais dos Jogos Olímpicos de Verão (ASOIF) criticou duramente a decisão sem precedentes da World Athletics de conceder bônus financeiros aos medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos de 2024, que “levanta mais questões do que respostas”.

Em um comunicado bastante contundente contra um dos seus membros mais importantes, a ASOIF expressa suas “preocupações” em relação à decisão da instituição mundial de atletismo, que anunciou na semana passada sua intenção de recompensar cada futuro campeão olímpico com 50 mil dólares (cerca de R$ 260 mil).

A ASOIF destaca que, para muitos dos trinta esportes olímpicos que fazem parte da organização, essa medida compromete os valores fundamentais do Olimpismo e a singularidade dos Jogos. Segundo a associação, uma medalha de ouro olímpica não pode ser avaliada em termos financeiros e deveria permanecer assim.

Além disso, a ASOIF ressalta que nem todos os esportes têm condições financeiras para implementar essa iniciativa, e que a decisão da World Athletics vai contra o princípio de solidariedade no ambiente esportivo. A ASOIF aponta ainda que o atletismo está entre as federações mais bem financiadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), ao lado da ginástica e da natação, e já se beneficia de públicos lucrativos em suas próprias competições.

A entidade sugere que os recursos destinados aos bônus olímpicos deveriam ser investidos prioritariamente no desenvolvimento e na integridade do esporte, diferenciando as instituições esportivas dos operadores comerciais.

Por outro lado, a decisão foi elogiada por importantes figuras do mundo esportivo, que acreditam que essa medida irá valorizar ainda mais o evento e seus competidores. Até então, os atletas recebiam premiações em dinheiro de seus comitês e confederações nacionais, além de seus patrocinadores, com valores que variam de acordo com os resultados.

O presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, é um dos defensores dessa iniciativa, destacando que cada país premia seus atletas de acordo com suas próprias diretrizes. No Brasil, por exemplo, durante os últimos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Brasileiro desembolsou um total de 4,6 milhões de reais em bônus para os atletas medalhistas.

Os Estados Unidos também têm um sistema de premiação semelhante, com um bônus de 37,5 mil dólares para cada atleta que conquista uma medalha de ouro. A World Athletics planeja gastar até 2,4 milhões de dólares premiando os campeões de todas as 48 provas do atletismo em Paris. O primeiro dia da modalidade nos Jogos Olímpicos deste ano está marcado para 8 de agosto.

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