Cresce a preocupação com a presença dos celulares nas escolas

Ciro Dias Reis, CEO da Imagem Corporativa 25 de outubro de 2024 3 minutos
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No Brasil o Ministério da Educação e Cultura (MEC) avança na elaboração de um plano destinado a limitar o uso de celulares nas escolas, um tipo de discussão que ultrapassa fronteiras.

Em diferentes países da Europa, como Espanha, Hungria, Suécia e Finlândia, muitas escolas já introduziram limites ou mesmo a proibição do uso de celulares com base nos impactos negativos relacionados a saúde mental dos estudantes. O continente não possui regras padronizadas em relação a esse tema, mas a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem se manifestado preocupada com o que considera uso exagerado daqueles aparelhos pelos jovens de maneira geral.

“Vemos cada vez mais reportagens sobre o que alguns chamam de crise de saúde mental”, disse von der Leyen. “Vamos fazer um amplo levantamento a nível europeu sobre o impacto das redes sociais no bem-estar dos jovens. Devemos isso a eles”, comentou Ursula van der Leyen. Ela também se preocupa com o que ficou conhecido como cyberbullying: “Meu coração sangra quando leio sobre jovens que se machucam ou até mesmo tiram suas vidas por causa de abusos online”. E prometeu “enfrentar a praga do cyberbullying” e “tomar medidas contra o apelo viciante de algumas plataformas”.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) também faz seu alerta. Segundo estudo da entidade, o uso de aparelhos celulares nas escolas deve ser limitado e supervisionado.

Para a Unesco, agência da ONU para a educação, a ciência e a cultura, os smartphones devem ser banidos das escolas para combater a interrupção das aulas, melhorar a aprendizagem e ajudar a proteger as crianças do cyberbullying. A agência mostrou em estudo recente  que há evidências de que o uso excessivo de celulares está ligado à redução do desempenho educativo e que os longos períodos de olho na tela gera efeitos negativos na estabilidade emocional das crianças.

Nos Estados Unidos uma pesquisa realizada pelo Pew Research, respeitado think tank, na última semana de setembro e a primeira semana de outubro, apontou números interessantes: 68% dos adultos norte-americanos dizem apoiar a pura e simples proibição do porte de celular em sala de aula pelos estudantes do ensino fundamental e do ensino médio. Outros 24% se opõem a isso, enquanto 8% dizem não ter certeza.

Algumas escolas querem a proibição total do uso de celulares não apenas durante as aulas mas durante todo o tempo que os alunos estiverem em suas instalações, mas essa posição mais radical conta com apoio menor dos americanos: 36% apoiam a proibição de estudantes usarem celulares durante toda sua jornada escolar, tanto no horário do almoço como nos intervalos. Em comparação, 53% opõem-se a esta abordagem mais restritiva.

A maioria dos eleitores do Partido Republicano e do Partido Democrata é a favor do veto aos celulares em sala de aula. A tese tem maior aceitação entre os republicanos do que entre os democratas (74% contra 64%).

E 42% dos republicanos apoiam restrições mais amplas, válidas para o dia inteiro, enquanto entre os democratas 31% adotam essa posição.

Quase todos os americanos (98%) citam as distrações e perda de foco dos alunos para justificar o endosso as medidas restritivas.

Outra pesquisa anterior já havia mostrado que para a maioria dos professores do ensino médio nos Estados Unidos as distrações causadas pelos celulares são um grande problema durante suas aulas.

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