Como a finlandesa Nokia eliminou a diferença salarial entre homens e mulheres

A empresa tornou-se neste ano uma das únicas do mundo a corrigir a diferença nos ganhos de seus funcionários consideradas "inexplicáveis"

21 de agosto de 2019 3 minutos
Europeanway

A Nokia tornou-se neste ano uma das únicas empresas do mundo a adotar uma política para eliminar por completo diferenças salariais entre homens e mulheres consideradas "inexplicáveis". Rajeev Suri, CEO da companhia finlandesa, liderou pessoalmente a iniciativa.

Para a tarefa, a fabricante de equipamentos de redes de comunicação revisou os salários de todos os seus 103 mil funcionários espalhados pelo mundo. Depois, comparou os vencimentos dos colaboradores de acordo com a função, o desempenho, as responsabilidades E a localização de cada um. Se houvesse grande diferença nos ganhos entre pessoas que tinham desempenho, responsabilidades e experiência similares, a distância entre os vencimentos era considerada "inexplicável" – e corrigida com um aumento para o colaborador em desvantagem.

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Suri anunciou em maio a criação do programa, e os reajustes salariais começaram no mês seguinte. "Nós detectamos que as diferenças salariais entre homens e mulheres não eram grandes, mas, ainda assim, eram estatisticamente relevantes”, disse o executivo na ocasião. "Nós vamos fazer isso porque um fosso salarial como esse não faz parte dos nossos valores."

O programa é um dos desdobramentos de uma decisão tomada pela Nokia no início deste ano, quando a empresa estabeleceu que diversidade e igualdade estariam no topo de seus objetivos. Segundo Anneli Karlstedt, chefe de inclusão e diversidade da antiga gigante dos celulares, a empresa imediatamente começou a avaliar se seus funcionários são remunerados de forma igual por tarefas similares. "É preciso enfatizar que não estávamos procurando por diferenças salariais entre homens e mulheres, mas diferenças salariais inexplicáveis em geral", disse.

A auditoria salarial foi feita pela consultoria americana Mercer. Os resultados do levantamento foram então examinados pelo grupo de comando da Nokia, que destinou os recursos para eliminar as diferenças nos vencimentos. Segundo a companhia, todas as diferenças salariais inexplicáveis foram eliminadas até o dia 1º de julho.

As mulheres representam 22% do quadro de funcionários da companhia e ocupam 20% das posições de liderança. A empresa já começou um trabalho para aumentar esses percentuais, tanto com o recrutamento de mais mulheres quanto com a remoção de eventuais obstáculos para o desenvolvimento de suas carreiras. A meta inicial é passar de 30% em ambos os casos.

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