Brasil terá apoio de escandinavos e da Transparência Internacional no combate à corrupção

A entidade e as representações diplomáticas de Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia firmaram acordo de cooperação com autoridades brasileiras

30 de abril de 2019 5 minutos
Europeanway

A organização Transparência Internacional e as embaixadas de Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia vão contribuir formalmente com o combate à corrupção no Brasil. Com o Acordo de Parceria Estratégica, a entidade e as representações diplomáticas dos quatro países participarão de ações de promoção da integridade, transparência e prestação de contas no Brasil.

O acordo foi assinado em Brasília na última quarta-feira (24/4). Participaram da solenidade, em Brasília, Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional no país e os embaixadores Nicolai Prytz (Dinamarca), Jouko Leinonen (Finlândia), Nils Martin Gunneng (Noruega) e Per-Arne Hjelmborn, da Suécia. Também foram signatários os representantes das câmaras nórdicas de comércio Jens Olesen (Dinamarca), Jan Jarne (Finlândia), Alexandre Imperial (Noruega) e Jonas Lindström (Suécia).

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A s ações iniciais se concentrarão em três frentes: promoção da integridade no setor público em nível estadual, incluindo o apoio a soluções tecnológicas de governo digital e dados abertos; estímulo à adoção de sistemas de compliance no setor privado e soluções de autorregulação, como os Pactos de Integridade; e produção de conhecimento anticorrupção com pesquisa e ensino e a participação cidadã no controle social da corrupção.

“Os escandinavos figuram tradicionalmente entre os países menos corruptos do mundo em nosso Índice de Percepção da Corrupção. Não significa que sejam países completamente livres desse problema e que seus modelos possam ser simplesmente transplantados, mas eles servem como inspiração de como países menos corruptos podem ser mais prósperos, socialmente justos e democráticos”, diz Bruno Brandão, da Transparência Internacional.

“Não pretendemos trazer soluções prontas ou dizer o que o Brasil deve fazer. Queremos sim apoiar o Brasil a construir suas próprias soluções e compartilhar nossas experiências que podem ser proveitosas, como, por exemplo, o uso de tecnologia para governos digitais, que reduzem espaço para corrupção ao mesmo tempo que produzem ganhos de eficiência”, afirma Nicolai Prytz, embaixador da Dinamarca.

Foto:Isaac Amorim/MJSP

Para Jouko Leinonen, embaixador da Finlândia no Brasil, a corrupção é um tema que requer acompanhamento ininterrupto. “Temos que ter permanente atenção sobre o problema: todos os países do mundo sofrem com a corrupção – e mesmo os nórdicos, apesar dos índices mais baixos, não são exceção. Em meu país, aprendemos que aspectos fundamentais como educação importam muito na luta anticorrupção. Queremos trabalhar por esta visão com os esforços anticorrupção do Brasil”.

“É admirável como o povo brasileiro e suas instituições colocaram a luta contra a corrupção como missão prioritária”, afirma Nils Martin Gunneng, embaixador da Noruega. “Nossos países, que já são parceiros históricos em diversas áreas, também podem colaborar nessa luta. Queremos unir a cooperação internacional, as empresas, a sociedade civil e os governos para ajudar os estados brasileiros a desenvolverem e executarem suas ações de enfrentamento à corrupção.”

Segundo Per-Arne Hjelmborn, embaixador da Suécia no Brasil, poucos países têm se empenhado tanto e alcançado tanto progresso no enfrentamento da corrupção como o Brasil na última década. “Isso tem que ser valorizado e apoiado, não só para que as ações se tornem comuns e parte do padrão de comportamento, mas também para exercer influência sobre outros países e consolidar uma liderança brasileira na luta internacional contra a corrupção. A Suécia tem uma longa história de trabalho com responsabilidade social corporativa, que tem como uma de suas principais bandeiras o combate à corrupção, e também pode compartilhar sua experiência com o Brasil.”

Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública; Wagner do Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União; André Mendonça, advogado-geral da União; Erika Marena, diretora de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do MJSP; entre outras autoridades, também participaram do evento em Brasília. 

(Com informações da Embaixada da Suécia)

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