As idas e vindas do mercado rumo à eletrificação da indústria automotiva na UE

08 de março de 2024 4 minutos
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A indústria automotiva europeia está diante de uma transformação histórica à medida que se encaminha para uma era de eletrificação. A recente declaração do líder do grupo da indústria automotiva do continente, feita durante o Salão do Automóvel de Genebra, ecoa a postura adotada pelos fabricantes de automóveis em relação à proibição de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035, estabelecida pela União Europeia.

Luca de Meo, presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) e CEO da montadora francesa Renault, enfatizou que a indústria automotiva não contestará a decisão de banir efetivamente os veículos movidos a combustíveis fósseis até 2035, independentemente do resultado das eleições parlamentares europeias deste ano.

Segundo De Meo, a responsabilidade da indústria é aceitar e se adaptar às regulamentações, ao invés de contestá-las.

A perspectiva de uma proibição total de carros movidos a combustíveis fósseis até 2035 é vista como potencialmente viável, embora o CEO ressalte a importância de estabelecer as condições adequadas para sua implementação.

No entanto, a desaceleração do crescimento da demanda por veículos elétricos tem aumentado a pressão sobre a indústria automotiva europeia, levando-a a buscar maneiras de cortar custos e desenvolver modelos mais acessíveis, especialmente diante da concorrência crescente de rivais chineses com modelos de preço mais baixo.

Sinais de alerta

Alguns números sobre o segmento de elétricos têm causado preocupação no mercado, em especial na Europa.

O ano de 2024 será, certamente, um marco no volume de unidades vendidas ao redor do planeta, mas alguns pontos dessa curva chamam a atenção.

A Alemanha, por exemplo, vivenciou oito anos seguidos de alta na demanda por elétricos. No entanto, dados revelados Associação Nacional de Fabricantes revelam uma queda de 14%. As razões? Os cortes nos subsídios estatais e os preços altos dos modelos.

O caso alemão também é registrado em outros polos do continente. Com cenários como lento avanço da estrutura de recarga que, apesar do evidente crescimento, vem ocorrendo em ritmo inferior ao previsto.

Outro fator que representou uma baixa no segmento é a redução gradativa de veículos de emissão zero nas frotas de carros de aluguel de grandes grupos internacionais.

A própria Renault, grupo que tem De Meo como CEO, mostrou recentemente sinais estratégicos sobre os rumos dos veículos elétricos, ao não listar a sua marca Ampere, de elétricos, na Bolsa de Valores. A motivação foi a de que as condições atuais do mercado não permitem o processo de listagem da forma esperada.

A Volkswagen também vem tomando decisão semelhante com iniciativas desse nicho, seja ao retardar a listagem em bolsa de valores de sua empresa de baterias PowerCo, seja com o atraso no lançamento do seu comentado modelo elétrico ID.2.

Apesar do avanço em direção à eletrificação, as montadoras têm destacado a necessidade urgente de mais subsídios governamentais e uma infraestrutura de recarga de baterias mais ampla para estimular a demanda por veículos elétricos e promover sua adoção em massa. Esses subsídios e infraestruturas são vistos como fundamentais para acelerar a transição para uma frota de veículos mais sustentável e contribuir para os esforços de combate às mudanças climáticas.

O cenário da indústria automotiva europeia está passando por uma série de mudanças e desafios, mas a determinação em direção à eletrificação parece cada vez mais inevitável. À medida que os fabricantes de automóveis se comprometem a se adaptar às regulamentações e desenvolver soluções inovadoras, o futuro da mobilidade na Europa promete ser mais limpo e sustentável.

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