Os efeitos do aquecimento global podem ter impactos sobre a Islândia que vão além do derretimento de suas geleiras. Segundo um novo relatório, o fenômeno poderá reduzir drasticamente a biodiversidade na ilha. No mundo, 1 milhão de espécies estão ameaçadas, de acordo com um relatório divulgado na última semana (6/5) pela Organização das Nações Unidas (ONU) – e, no país, nada menos que 90% das espécies de animais podem desaparecer nos próximos 50 anos.
A estimativa foi feita pelo biólogo Thorleifur Eiriksson, da empresa de pesquisa e consultoria ambiental Rorum. "Parece-me que, infelizmente, as coisas estão indo mal, e eu prevejo que dentro dos próximos 50 anos, cerca de 90% das espécies de animais que conhecemos irão desaparecer", disse ele ao jornal Fréttablaðið. "Alguns migrarão para o norte, ou mais ao sul, mas muitos deles vão morrer."
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Entre as espécies citadas pelo especialista estão os papagaios-do-mar, cuja população já está em níveis perigosamente baixos. O papagaio-do-mar é o animal-símbolo da Islândia, que abriga 60% de toda a população global da espécie.
Também correm risco de desaparecer, segundo Eiriksson, inúmeras espécies de moluscos, afetados pelo aumento da acidez das águias do mar. A queda da população de moluscos pode significar o desaparecimento de espécies que se alimentam desses animais.
O quadro é altamente preocupante, mas não é irreversível. Os cientistas do clima têm reiterado que o desaparecimento das espécies pode ser interrompido com medidas concretas de redução da emissão de poluentes na atmosfera. Mas, por ora, o que fica é o alerta.
"São milhões de espécies [ameaçadas], diz Eiriksson. "Nós não conhecemos todas as espécies animais porque nem todas as que existem em nosso país foram descritas."