Após perder uma empresa aérea, Islândia agora pode ganhar até duas novas

Empresários do país trabalham para ocupar o espaço deixado pela WOW, que encerrou suas operações em março - e um deles é o ex-CEO da companhia extinta

03 de maio de 2019 4 minutos
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No fim de março, depois de meses negociando com investidores e credores para tentar reverter seus problemas financeiros, a companhia aérea islandesa WOW Air encerrou suas atividades. Mas, passados pouco mais de 30 dias, nada menos que dois projetos caminham em paralelo para tentar ocupar o espaço deixado pela empresa.

Hreiðar Hermannson, que controla a rede de hotéis Stracta, é um dos interessados em criar uma nova companhia aérea de baixo custo no país, informa o jornal MorgunblaðiðSegundo o empresário, já há um plano desenhado, embora ele admita ser cedo demais para dizer quando as operações começarão de fato.

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Hermannson não revela quem, além dele, está participando do planejamento, limitando-se a dizer que são pessoas que trabalhavam na WOW. O que o empresário adianta é que Skúli Mogensen, fundador da finada empresa, não está no grupo de colaboradores. A ideia, diz o empresário, não é ressuscitar a WOW, mas sim criar de fato uma nova companhia, que solicitaria uma nova licença de operação.

“Durante a fase de planejamento, teremos um pequeno grupo de pessoas”, afirma ele. “Todos os que estão no projeto são profissionais experientes da WOW Air, pessoas que estão familiarizadas com todos os aspectos da operação de uma companhia aérea.”

Na primeira fase, a nova empresa deve atuar com duas aeronaves, com voos para Copenhague e Londres, e depois para Alicante e Tenerife (ambas na Espanha) à noite. Se sair do papel, a companhia poderá se chamar Stracta Air, diz Hermannson, em uma referência à sua rede de hotéis.

Skúli Mogensen pode não estar no projeto da Stracta, mas o que se sabe é que ele tem sua própria iniciativa de voltar a atuar no segmento. O ex-CEO da WOW Air está buscando investidores para criar uma empresa para atuar no segmento de baixo custo.

A nova companhia seria quase um relançamento da WOW, da qual ela compraria os ativos remanescentes. Inicialmente, a nova empresa de Mogensen seria lançada com cinco aeronaves, sendo quatro Airbus A321neo e uma A320neo. O empreendedor trabalha para levantar um aporte de US$ 40 milhões, dinheiro que daria ao investidor 49% da nova empresa, enquanto Mogensen ficaria com os outros 51%.

O empresário tem a companhia de ex-funcionários de alto escalão da WOW na empreitada. Em uma apresentação a investidores obtida pelo jornal islandês Fréttabladid, o grupo afirma ter aprendido uma lição com os erros cometidos com a WOW. Isso significaria adotar na nova empresa um modelo totalmente de baixo custo.

Para um país de menos de 350 mil habitantes, a oferta de empresas aéreas não deixa de impressionar. Para além dos dois projetos em andamento, o país tem hoje quatro empresas nacionais com voos regulares – isso sem contar as estrangeiras que também voam para lá. A mais antiga das aéreas islandesas, a Icelandair (foto), está em operação desde 1937.

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