Na Suécia, 3 mil pessoas já usam microchips sob a pele

Novidade elimina necessidade de carregar bilhetes de trem e até as chaves de casa, mas, por outro lado, esquenta o debate sobre privacidade e os limites da inovação científica

05 de dezembro de 2018 3 minutos
Europeanway

Milhares de suecos já vivem com microchips implantados em seus corpos, uma ferramenta que elimina a necessidade de carregar documentos de identificação, chaves de casa e até bilhetes de trem, mas que também esquenta os debates sobre temas como privacidade e limites da inovação científica. Cerca de 3 mil pessoas tiveram chips implantados sob a pele na Suécia desde 2015, segundo a agência AFP.

No ano passado, a linha de trem estatal SJ começou a escanear as mãos dos passageiros com chips biométricos para coletar suas "recolher" suas passagem quando estavam a bordo. Não há impedimento tecnológico para que os chips também não possam ser usados ??para comprar coisas como um "cartão de crédito subcutâneo", mas não há notícia de que isso já tenha sido feito.

 

 

O microchip é implantado com uma seringa, e o processo é semelhante ao de fixação de um piercing na pele. Mas os implantes podem causar infecções ou reações no sistema imunológico do corpo, disse à AFP Ben Libberton, microbiologista do MAX IV Laboratory, no sul da Suécia.

O "biohacking" – modificação de corpos com tecnologia – está em ascensão, à medida que mais e mais pessoas começam a adotar os chamados wearables, como Apple Watch e Fitits. Mas os suecos parecem mais dispostos a experimentar a tecnologia do que pessoas de outros países.

A população de 10 milhões de habitantes do país costuma ser mais aberta ao compartilhamento de detalhes pessoais, que já estão registrados pelo sistema de segurança social do país e facilmente acessíveis. Segundo a AFP, as pessoas podem conhecer os salários umas dos outros simplesmente consultando as autoridades fiscais.

Muitos entusiastas da novidade tampouco acreditam que a tecnologia de microchips seja avançada o suficiente para ser hackeada. Libberton, o microbiologista, também disse que os dados coletados e compartilhados pelos implantes são muito limitados para os usuários temerem hacking ou vigilância.

"O corpo humano é a próxima grande plataforma. O corpo conectado já é um fenômeno. E esse implante é apenas uma parte disso. […] Estamos atualizando nossos corpos com tecnologia em grande escala, já com wearables. Mas todos os wearables que usamos hoje serão implantados em cinco a dez anos", acredita ele. "Quem quer carregar um smartphone desajeitado ou smartwatch quando você pode tê-lo na sua unha?"

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