A evolução dos carros elétricos e do e-commerce andam cada vez mais juntas. Atenta ao movimento de seus consumidores em busca de veículos menos poluentes, a Volvo anunciou metas ambiciosas e agressivas para alcançar 100% de carros elétricos até 2030 e já nos próximos quatro anos, a montadora trabalhará com 50% dos seus modelos elétricos e os outros 50% híbridos.
E, além disso, as vendas deixarão de ser por lojas físicas e passarão a ser exclusivamente online, de acordo com a empresa. A ideia é “reduzir radicalmente” a complexidade das ofertas de produtos e manter transparência em seus preços. Uma estratégia que coloca a marca sueca ao lado da Tesla, fabricante de carros elétricos, que só faz vendas pela internet.
Transformação rápida para não perder clientes e coloca a Volvo como participante no processo de combate às mudanças climáticas. A empresa traz ações imediatas, como a apresentação de novos modelos elétricos, como o Série 40, que passa a ser o segundo carro totalmente elétrico produzido pela sueca e novos modelos serão lançados nos próximos anos. Atualmente apenas o XC40 Recharge é totalmente elétrico no portfólio da fabricante.
“Não há futuro de longo prazo para carros com motor de combustão interna”, disse o diretor de tecnologia da Volvo, Henrik Green, em um comunicado. A transição para a venda apenas de carros elétricos permitirá que a Volvo “atenda às expectativas de nossos clientes e seja parte da solução quando se trata de combater as mudanças climáticas”, acrescentou.
Essas mudanças foram anunciadas nesta terça-feira (02.03) fazem parte de uma tendência de aceleração dentro da indústria automobilística para responder à pressão de enfrentamento à crise climática. Mesmo com essas transformações, o proprietário da Volvo, Geely (GELYF) — chinesa parceira da Volvo há 10 anos, mas mantém a marca de luxo com uma gestão independente —, descartou os planos de fusão das montadoras. As estruturas corporativas da maior montadora independente da China não irão se fundir a outras plantas, o que deve ocorrer são parcerias em tecnologia de direção elétrica e autônoma.
É uma corrida contra o tempo, tendo em vista que a Europa impôs metas agressivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos veículos, tendo as montadoras que se adequar sob o risco de serem multadas pelo descumprimento do plano. Com maior automação da montagem, os carros elétricos podem, com o tempo e o aumento da demanda, ter preços mais baixos e garantir maior competitividade aos modelos.
No Brasil, o mercado de carros elétricos ainda é pequeno, porém aos poucos os consumidores começam a investir para ter modelos híbridos ou totalmente elétricos. A falta de incentivos aos fabricantes para ampliar a oferta de carros desse tipo no país é uma das razões para a pequena presença de modelos desse tipo no país.