Vilarejo submerso reaparece na Grécia após seca histórica

11 de setembro de 2024 2 minutos
Europeanway

Uma seca severa na Grécia trouxe à tona um pedaço esquecido da história: o vilarejo de Kallio, submerso desde a década de 1970. Localizado no fundo do Lago Mornos, a antiga aldeia emergiu novamente após quase 45 anos, revelando ruínas e traços de uma vida que desapareceu com a inundação controlada para criar o reservatório que abastece a região da Ática, incluindo Atenas.

O nível do Lago Mornos atingiu seu ponto mais baixo em décadas, reduzindo sua área de superfície de 16,8 quilômetros quadrados em 2022 para apenas 12 quilômetros quadrados em 2024. A seca prolongada e o aumento das temperaturas, agravadas pelo aquecimento global, são os responsáveis pelo cenário que assola a Grécia mediterrânea. As mudanças climáticas também intensificaram os incêndios florestais, como os que devastaram áreas próximas a Atenas no último mês. Antigos residentes de Kallio, ao verem sua terra natal novamente, expressaram surpresa e tristeza ao testemunhar o estado arruinado do vilarejo.

De acordo com Giannopoulos, prefeito de Dorida, a seca não só revelou as ruínas, mas também expôs um futuro preocupante para a região. “Se o próximo inverno não trouxer chuva e neve suficientes, a situação vai piorar”, alerta. O Monte Giona, que antes costumava ser coberto de neve, agora carece de sua camada protetora de gelo, e as aldeias vizinhas já sofrem cortes no abastecimento de água. A reserva de água dos quatro principais reservatórios que servem a Ática caiu de 1,2 bilhão de metros cúbicos em 2022 para 700 milhões de metros cúbicos em agosto de 2024.

Este fenômeno de aldeias submersas ressurgindo não é exclusivo da Grécia. As mudanças climáticas estão alterando paisagens ao redor do mundo, com nações inteiras correndo o risco de desaparecer. Países como Tuvalu, Kiribati e as Maldivas estão na linha de frente da crise climática, ameaçados pela elevação do nível do mar, que engole lentamente terras e comunidades.

 

Europeanway

Busca