União Europeia planeja fechar 80 escritórios de desenvolvimento em todo o mundo

20 de janeiro de 2025 3 minutos
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A Comissão Europeia está considerando uma reestruturação significativa em sua Direção-Geral das Parcerias Internacionais (DG INTPA), com planos para reduzir drasticamente o número de escritórios de desenvolvimento globalmente. Atualmente, a DG INTPA opera em aproximadamente 100 delegações ao redor do mundo; a proposta prevê a redução desse número para 18 centros estratégicos.

De acordo com um documento interno da Comissão, a estrutura atual é considerada inadequada para cumprir os objetivos do Global Gateway e seus pacotes de investimento, além de desenvolver portfólios relacionados à crescente importância das dimensões externas das políticas da UE e seu impacto nos países parceiros, incluindo áreas como o Pacto Verde, migração e segurança.

A iniciativa visa centralizar a tomada de decisões em Bruxelas, reduzindo a dependência das delegações regionais. Fatores como restrições orçamentárias e mudanças nas prioridades geopolíticas estão entre as razões para essa centralização. Em países onde as operações não exigem uma presença completa, o pessoal da INTPA não será destacado, e as operações serão conduzidas a partir do centro de execução orçamental da INTPA.

Atualmente sob a liderança do Comissário Checo Jozef Síkela, a DG INTPA é responsável pela formulação das parcerias internacionais e das políticas de desenvolvimento da UE. Há cerca de 25 anos, a Comissão Europeia delegou o trabalho da DG em escritórios distribuídos por aproximadamente 100 centros em todo o mundo.

A Comissão Europeia afirmou que “estão a decorrer reflexões” sobre a redução dos centros internacionais sob a alçada do departamento de parcerias internacionais. A porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Anitta Hipper, declarou que “não foi tomada qualquer decisão” sobre a questão e que a presença da UE no terreno será mantida. Trabalhos estão sendo realizados para determinar a eficácia com que as delegações podem executar todas as políticas da UE, considerando “as realidades orçamentais e as prioridades políticas”.

A estratégia Global Gateway da UE, que visa mobilizar até 300 bilhões de euros em investimentos em tecnologia digital, energia, transportes, saúde e educação, está no centro dessa reestruturação. A Comissão enfatiza que a mudança não enfraquecerá a influência da UE no mundo, mas busca otimizar recursos e concentrar esforços em áreas estratégicas.

Especialistas apontam que essa reestruturação reflete uma adaptação da UE às dinâmicas globais atuais, buscando maior eficiência e impacto em suas ações externas. No entanto, é crucial monitorar como essa centralização afetará a implementação de projetos locais e a cooperação com parceiros em diversas regiões.

 

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