Minerais indispensáveis para uma transição econômica sustentável, como bauxita, lítio e tungsténio, entre outros, estão no radar dos fabricantes de baterias elétricas, turbinas eólicas ou chips eletrônicos. São matérias-primas essenciais para a fabricação desses insumos que hoje são fundamentais para a indústria mundial, principalmente para o avanço das frotas de automóveis elétricos, parte importante para a redução da emissão de gases do efeito estufa.

Diante deste cenário e para reverter o controle chinês sobre o segmento, a Comissão Europeia, anunciou que duplicará a busca por esses recursos até 2030. A presidente Ursula von der Leyuen deu exemplos concretos:

“Das 30 matérias-primas críticas da atualidade, dez são, na sua maioria, provenientes da China. E a China controla, basicamente, a indústria de processamento global. Quase 90 % das terras raras e 60 % do lítio são processados na China. Temos de evitar cair na mesma armadilha da dependência em que caímos com o petróleo e o gás”, referiu, num discurso na Universidade de Princenton (EUA).

Para fazer frente a isso, a União Europeia já identificou em países europeus, como Suécia, Finlândia e Portugal, reservas desses minerais. Isso contribui para a redução da dependência exclusiva de outros países, porém há muitos obstáculos à exploração.

Em declaração recente à imprensa europeia, Tobias Gehrke, pesquisador do Instituto Egmont, destacou que a Suécia conta com o “maior depósito de terras raras da Europa”. Apesar disso, investidores tentam há mais de uma década evoluir na exploração, mas encontram resistência da população locais e muitos temem pelos impactos ambientais.  

Para o pesquisador, a União Europeia precisa ir além dos investimentos em exploração mineral, precisa pensar no desenvolvimento de toda a cadeia de valor do mineral. Gehrke destaca que de nada adiantaria explorar e enviar para a China fazer o processamento, por isso ele defende que sejam pensadas estratégias da extração mineira até ao processamento, separação, seguido do desenvolvimento de outros componentes tecnológicos.

A Comissão Europeia propõe valorizar os recursos europeus fazendo maior extração, mas também via reciclagem de materiais. A expectativa é que a União Europeia tenha uma proposta sobre matérias-primas críticas nos próximos meses.