Um som no frio: Islândia vai pagar para músicos gravarem lá

Sim, é isso mesmo: a terra de Björk, Sigur Rós e Of Monster and Men devolverá aos artistas 25% do que for gasto com gravações feitas no país

11 de outubro de 2019 3 minutos
Europeanway

A Islândia criou uma marca própria na indústria musical com sua comunidade de artistas ecléticos e experimentais. Saíram de lá o pós-rock do grupo Sigur Rós, a beleza melancólica das criações do produtor e multi-instrumentista Ólafur Arnalds, o rock indie da banda Of Monsters And Men (foto) e, claro, o pop vanguardista da cantora Björk, possivelmente a islandesa mais conhecida no mundo.

Agora, com o apoio do governo islandês, a terra natal desses e de outros músicos pode servir de inspiração também para gente de todo o mundo. O programa "Record in Iceland" (ou, literalmente, "Grave na Islândia") oferece reembolso de 25% das despesas de quem decidir fazer suas gravações no país.

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Para ter direito ao benefício, é preciso que pelo menos 80% do registro do projeto (um disco, por exemplo) seja feito no país e que o lançamento da obra ocorra em até 18 meses. O reembolso inclui grande parte dos gastos necessários para a gravação, como aluguel de estúdio, viagem, hospedagem para os artistas e instrumentistas principais e a remuneração de artistas, engenheiros, técnicos de som e do produtor – este, o profissional que ficará responsável pela inscrição do projeto.

Se você acha que investir em cultura, ainda mais em um programa que vai reembolsar artistas estrangeiros, é desperdício de dinheiro, talvez valha olhar com mais atenção os resultados que a Islândia já teve com iniciativas semelhantes. Foi com programas do gênero que o país atraiu milionárias produções de cinema, como as franquias Star Wars e Thor, e TV, como a série Game of Thrones, da HBO, um megasucesso que deu enorme impulso ao turismo no país

"Por causa do nosso glorioso isolamento, a Islândia criou uma cultura musical bastante singular", diz, em comunicado, Sigtryggur Baldursson, diretor administrativo da Iceland Music, escritório governamental que trabalha como uma espécie de "agência de exportação" da música islandesa. "Até agora, esses estúdios eram um segredo oculto, mas nosso objetivo com o Record in Iceland é abrir essas instalações para uma gama muito mais ampla de artistas e empresas internacionais e fazer disso uma proposta comercial atraente."

Baldursson fala no papel de quem hoje atua em uma agência governamental, mas que também entende perfeitamente a realidade dos artistas: ele foi baterista e um dos fundadores do Sugarcubes, a banda em que Björk iniciou sua carreira. Segundo a revista Billboard, o programa será apresentado oficialmente no Iceland Airwaves, festival anual realizado em Reykjavík. A próxima edição do evento será entre os dias 6 e 9 de novembro.

Clique aqui para saber mais sobre o Record in Iceland.

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