Trens da Europa têm oportunidades e desafios à frente

20 de fevereiro de 2024 3 minutos
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No final de 2021, num esforço para reduzir as emissões de carbono, a Comissão Europeia apresentou um Plano de Ação para impulsionar o setor ferroviário de passageiros e propôs alterações na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), otimizar suas operações e reduzir o tempo das viagens.

Como parte deste Plano de Ação a União Europeia está trabalhando  numa plataforma que integrará horários, tarifas e compra de bilhetes para deslocamentos em toda a Europa.

Os trens representam um meio de transporte bem-sucedido no continente e seus cidadãos são usuários frequentes, como mostram os números dos principais mercados: a Alemanha registra 2 bilhões de passageiros por ano, o Reino Unido 1,7 bilhão e a França 1,2 bilhão de usuários.

O sistema é opção confiável (pontualidade, conforto, preço) para muitas pessoas que moram em uma cidade e trabalham em outra. Ou seja, trata-se de uma realidade amplamente integrada ao dia a dia dos europeus de forma geral.

Grupos ambientalistas há anos se mobilizam para que governos da região proíbam voos de curta distância e levem as pessoas a utilizar cada vez mais o transporte ferroviário, numa visão que conta com o apoio de grande parte dos cidadãos europeus.

No ano passado, por sinal, a França proibiu voos de curta distância em rotas que também ofereçam alternativas compatíveis de trens.

De acordo com um relatório do think tank italiano OBC Transeuropa encomendado pela Greenpeace, um terço dos voos de curta distância na UE têm alternativas ferroviárias com menos de seis horas. Se aqueles voos específicos fossem proibidos 3,5 milhões de toneladas de CO2e deixariam de ser jogados na atmosfera, segundo o estudo.

Os trilhos já conectam quase todas as grandes cidades do continente e permitem viagens fáceis a preços relativamente acessíveis entre elas. Os viajantes podem escolher entre linhas interurbanas ou de longo curso como o sistema Eurostar, que liga Londres a Paris em 2,5 horas graças a seus trens que alcançam a velocidade de 300 km/hora.

Os passageiros do Eurostar podem fazer conexões para outras cidades importantes como Bruxelas e Amsterdã.

Outra forma popular de viajar pela Europa é com o Thalys, operação de ferrovias resultado da cooperação de quatro países: Bélgica, França, Holanda e Alemanha. Hoje, pode-se fazer reservas e se deslocar pelo sistema Thalys para mais de vinte destinos na França, Bélgica, Holanda e Alemanha.

Embora bem-sucedido o transporte sobre trilhos no continente vai exigir grande volume de recursos para continuar seu processo de expansão e modernização caso pretenda, de fato, avançar sobre fatias cada vez mais expressivas do setor aéreo. E isso não pode significar tarifas mais altas e menos competitivas. Afinal, empresas aéreas de baixo custo (low fare) tais como Ryanair, EasyJet e Air Lingus mantém estratégias agressivas de preços para atrair viajantes.

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