Por Dalila Goes, de Brasília
A sustentabilidade será o tema deste ano do Diálogos Nórdicos, projeto criado pelas embaixadas da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia e pelo Instituto Cultural da Dinamarca para estimular o debate no Brasil sobre temas em que esses países têm reconhecido destaque internacional. A edição 2020 do programa foi apresentada nesta segunda-feira (9/3) em almoço realizado na residência oficial da embaixada sueca, em Brasília.
O ciclo de debates começou em 2018 com o tópico igualdade de gênero. No ano passado, a programação do projeto discutiu a transparência. Para 2020, o Diálogos Nórdicos pretende apresentar no Brasil a sustentabilidade tanto em seus aspectos ambientais quanto econômicos e sociais.
“Em 2020, finalizamos os debates que têm como princípio norteador a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, sempre compartilhando perspectivas e experiências da região nórdica”, explicou a embaixadora da Suécia, Johanna Brismar-Skoog. O Scandinavian Way acompanhou o lançamento.
Mudanças na produção e no consumo
Anfitriã da cerimônia, a embaixadora destacou que mudanças significativas nos padrões de consumo e de produção, a redução da pegada de carbono, a economia circular e o gerenciamento de resíduos serão os principais pontos de discussão da representação sueca no Brasil. Ela reforçou a mensagem de que o mundo caminha para um futuro de pouco desperdício e maior aproveitamento de materiais que hoje são descartados.
O embaixador da Dinamarca, Nicolai Prytz, destacou que não se pode mais ignorar os sérios impactos que a falta de planejamento sustentável provoca em toda a sociedade. Mudanças climáticas, aproveitamento energético, consumo responsável e economia circular estarão no foco dinamarquês no Diálogos Nórdicos 2020.
A gestão sustentável dos recursos e o aprofundamento de parcerias entre a academia e os setores público e privado são algumas das pautas centrais apontadas pelo embaixador Nils Martin Gunneng, da Noruega. Ele destaca que, com cidadãos engajados, as cidades têm poder para transformar mentalidades e revolucionar comportamentos. “É importante entender que estamos aqui para compartilhar. Se somos parte de um problema, também somos parte de uma solução”, afirmou.
Reciclagem, neutralização das emissões de carbono, roteiro do plástico, lixo zero, bioeconomia e iniciativas de cleantech – produtos, serviços e processo que geram valor com o uso de poucos recursos e matérias-primas – serão os exemplos que virão da Finlândia. “Não temos muitos recursos naturais, e há anos promovemos grandes transformações, que nos destacam em sustentabilidade. É importante entender que o assunto não é moda, é necessidade”, disse o embaixador finlandês, Jouko Leinonen.
Festival de cinema abrirá a programação
De início, as atividades do Diálogos Nórdicos 2020 passarão por Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. A programação começa com o Festival Sustentabilidade de Cinema Nórdico. Entre os dias 18 a 21 deste mês, o público de Brasília poderá assistir a sete filmes e documentários dinamarqueses, finlandeses, noruegueses e suecos que tratam de temas ligados a meio ambiente e direitos humanos. As exibições ocorrerão no Cine Brasília, na capital federal, e a entrada é gratuita.
Até dezembro, seminários, lançamentos de livros, mostras culturais e diálogos com universidades e outros atores da sociedade vão mostrar no Brasil experiências dos quatro países em sustentabilidade. Algumas delas podem servir como inspiração para a criação de iniciativas adaptadas à realidade local.
Para consultar a programação completa do projeto, acesse o site do Diálogos Nórdicos.