Submarino soviético que naufragou em 1989 pode ter vazamento radioativo na Noruega

Pesquisadores noruegueses teriam registrado um aumento do nível de radiação para um patamar 100 mil vezes superior ao considerado aceitável

10 de julho de 2019 3 minutos
Europeanway

Um submarino da antiga União Soviética que afundou no mar da Noruega há três décadas pode estar no momento com vazamento radioativo, segundo registro feitos nos últimos dias por pesquisadores noruegueses. Os cientistas teriam detectado um aumento do nível de radiação no submarino Komsomolets que está agora 100 mil vezes acima do considerado aceitável.

De acordo com a emissora de televisão nacional NRK, entre as três amostras recolhidas, as duas primeiras não registraram vazamento, mas a terceira mostrou um nível que supera muito o nível normal da água do mar. As amostras foram retiradas do tubo de ventilação do Komsomolets, instalado perto de seu reator nuclear.

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A pesquisadora Hilde Elise Heldal, da Universidade de Noruega de Pesquisas da Marinha, reiterou que os dados são preliminares. Segundo ela, o vazamento não representa perigo para a pesca e para os cientistas que trabalham no recolhimento de amostras. O nível de radiação foi maior do que nas amostras recolhidas por cientistas russos em 2007. Entre as causas da emissão de partículas radioativas podem estar as correntes oceânicas.

O controle do submarino começou no dia 6 de julho e é realizado por uma equipe de pesquisadores da Rússia e da Noruega no navio GO Sars. Os cientistas analisam vazamentos e retiram amostras de água. As provas anteriores mostraram que o submarino está gravemente danificado e confirmaram que há emissões de radiação.

Para recolher dados a uma profundidade tão grande, de 1.700 metros, os pesquisadores usam o minissubmarino norueguês Ægir 6000, controlado remotamente. A pequena embarcação de pesquisa também tira fotos. Uma delas foi divulgada pela Direção para Proteção de Radiação e Segurança Nuclear (DAS).

A Noruega realiza o controle de radioatividade no local todos os anos desde 1990. "É importante que o controle continue. Assim, nós atualizamos os dados sobre a poluição na área em torno do submarino. A vigilância ajuda a garantir a confiança dos consumidores na indústria de pesca da Noruega", explica Hilde Elise Heldal.

O submarino nuclear afundou no mar da Noruega em 1989 por causa de um incêndio a bordo. Uma operação de emergência levou a embarcação para a superfície 11 minutos após o início das chamas, mas, ainda assim, 42 de seus 69 marinheiros acabaram morrendo. O incêndio é considerado um dos mais trágicos acidentes na história da Marinha Soviética. 

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