Siderúrgica sueca quer ser a primeira do mundo a acabar com emissão de poluentes

Até 2045, a SSAB pretende substituir completamente os combustíveis fósseis por hidrogênio para a produção de aço

31 de julho de 2019 3 minutos
Europeanway

Enquanto siderúrgicas europeias tentam revolucionar processos de produção poluidores, agora considerados um dos principais culpados pela crise climática, na Suécia, uma empresa do setor pode se tornar a menos poluente do setor no mundo. Líder global na fabricação de aços de alta resistência, a SSAB pretende, com um projeto batizado de Hybrit, ser a primeira usina siderúrgica do planeta a acabar com a liberação de dióxido de carbono na atmosfera.

Assim como as concorrentes europeias Thyssenkrupp e ArcelorMittal, a SSAB já adota um processo baseado em gás hidrogênio, em vez dos altos-fornos, nos quais há queima de combustíveis fósseis, para produzir aço. Mas, com o Hybrit, a empresa sueca tem um trunfo: para realmente se tornarem verdes, as siderúrgicas devem garantir que a eletricidade usada para extrair o hidrogênio também esteja livre de combustíveis fósseis. (Esse ponto em particular é um problema para as siderúrgicas alemãs, já que a Alemanha ainda depende muito de carvão e gás natural para produzir energia suas necessidades energéticas.) A Suécia, em contraste, é quase inteiramente abastecida por fontes de energia não-fósseis.

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As hidrelétricas são responsáveis por cerca de 40% da geração de eletricidade do país escandinavo, enquanto a energia nuclear responde por outros 40% e a eólica, por 10%. Isso dá uma vantagem à SSAB, que, em parceria com a concessionária Vattenfall e a mineradora LKAB, que fornece minério de ferro, explora a mudança para o hidrogênio no projeto Hybrit.

“A base em energia hidrelétrica é favorável e oferece à Suécia uma vantagem quando se trata de projetos como o Hybrit”, disse à agência Bloomberg Ola Sodermark, analista do setor na Kepler Cheuvreux. Atualmente, estima-se que aproximadamente 7% de todo o dióxido de carbono lançado na atmosfera seja produzido pelas siderúrgicas, que têm alta dependência de combustíveis fósseis como matéria-prima, especialmente o carvão mineral.

A previsão é que o Hybrit fique pronto em 2045. Muito antes disso, porém, a empresa já pretende mostrar resultados expressivos. Até 2025, a SSAB pretende diminuir em 25% a emissão de CO2 com a conversão do alto-forno da usina de Oxelosund, na Suécia, para um forno de arco elétrico.

As apostas podem ser altas, já que os clientes procuram reduzir sua própria pegada de carbono, avaliando toda a sua cadeia de suprimentos. Com a transição da indústria automobilística para veículos elétricos, é provável que o setor esteja interessado em pagar um prêmio por materiais neutros em carbono e usá-los para promover as vendas, disse Sodermark.

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