Seca mais severa em quatro décadas mata 30% das árvores jovens na Dinamarca, mostra estudo

Estiagem que afetou o país em 2018 foi a mais intensa desde a década de 70; nas florestas privadas, mortalidade de novas plantas chegou a até 100%

16 de março de 2019 3 minutos
Europeanway

As árvores dinamarquesas estão em perigo. Segundo um novo estudo do Departmento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais, da Universidade de Copenhague, e da Technical University of Denmark, um terço das árvores jovens plantadas no país morreu antes do verão do ano passado. Os pesquisadores afirmam que o problema foi causado pela estiagem que atingiu a Dinamarca entre a primavera e o verão de 2018, a mais severa desde a década de 70.

A seca afetou especialmente as plantas mais novas. De acordo com os cientistas, nas florestas privadas, que respondem por 74% da cobertura florestal do país, as perdas entre as árvores mais jovens chegaram a até 100%. Nas florestas públicas, a mortalidade passou de 30%, embora, em alguns casos, tenha ficado bem acima disso. No chamado Søer i Danmark, o "Distrito do Lago" dinamarquês, próximo de Silkeborg, por exemplo, a mortalidade foi de 50%.

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E as perdas entre as plantas mais antigas também foram grandes. "Entre as espécies nativas da floresta, são centenas de milhares de pequenas plantas que se perderam", diz Iben Margrethe Thomsen, consultora da Universidade de Copenhague, segundo registro do site Euronews.

Para quem vive da atividade florestal, as perdas econômicas são enormes. Segundo a associação dinamarquesa de produtores de árvores de Natal – espécies tipicamente de florestas plantadas -, 36% das árvores se perderam a partir da primavera de 2018.

A situação pode piorar se a Dinamarca enfrentar uma nova seca de grandes proporções no verão deste ano. Isso porque duas das espécies mais importantes das florestas do país, a faia europeia e a espruce da Noruega, têm baixa resistência à falta de chuvas. Somadas, elas respondem por mais de 25% de toda a área florestal dinamarquesa, cobrindo 625,6 mil hectares – ou nada menos que 14,5% do território do país.

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