A Islândia mantém a hegemonia no Global Peace Index, ranking que avalia os níveis de paz em 163 países. Na nova edição da lista, publicada nesta quarta-feira (10/6), os islandeses apareceram em primeiro lugar, como tem ocorrido desde que o levantamento foi criado, em 2008. O Brasil, por sua vez, depois de cair 20 posições nos últimos dois anos, aparece agora em 126, sua pior colocação na história do índice.
Considerado um dos comparativos mais importantes sobre o estado da paz no planeta, o ranking é produzido pelo Institute for Economics & Peace (IEP). O centro de inteligência australiano elabora o trabalho em colaboração com a Economist Intelligence Unit, braço de pesquisas da revista britânica The Economist.
Nos 163 países e territórios avaliados pelo Global Peace Index vivem 99,7% das pessoas do planeta. Para produzir o relatório, os autores consideram 23 indicadores quantitativos e qualitativos, divididos em três categorias: segurança, militarização e conflito doméstico ou internacional.
Entre os dez primeiros colocados, os países nórdicos são representados também pela Dinamarca, que, assim como em 2019, apareceu na quinta posição. Finlândia, Suécia e Noruega ficaram em 14°, 15° e 17° lugares, respectivamente. Apenas os suecos, que subiram três degraus, mudaram de posição em relação ao ano passado. No outro extremo, puxada principalmente pela redução da paz no Brasil e na Venezuela, a América do Sul foi a região que mais caiu no ranking entre 2019 e 2020, além de ter sido a única a piorar nas três categorias avaliadas.
Os países incluídos no levantamento são divididos em cinco grupos, de acordo com suas notas. Com a nova queda, o Brasil – que teve seu melhor desempenho no comparativo em 2011, quando ficou em 72° lugar – entrou neste ano no penúltimo nível, de baixo nível de paz. O último degrau é o muito baixo.
Pandemia é ameaça adicional à paz
Em uma análise específica sobre a pandemia, o IEP diz que a covid-19 tem um impacto negativo sobre a paz no mundo. Isso ocorre, de acordo com o instituto australiano, porque a doença tende a aumentar a polarização nos países, o que torna mais desafiadora a manutenção dos níveis de segurança.
Além disso, nações com baixa avaliação de crédito podem passar a ter mais dificuldade para conseguir empréstimos, rolar dívidas já existentes e estimular a retomada de suas economias, o que acentua os riscos de instabilidade política, protestos e violência. O comunicado sobre o Global Peace Index menciona textualmente Brasil, Argentina e Paquistão como países que podem enfrentar dificuldades no mercado de crédito.
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