Quais países conseguirão crescer apesar das incertezas na Europa?

10 de fevereiro de 2025 3 minutos
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O atual cenário econômico da Europa reflete um continente dividido entre economias que tentam manter algum dinamismo e outras que flertam com a estagnação. A Comissão Europeia revisou para baixo sua projeção de crescimento para a zona do euro, agora estimada em 1,3%, contra 1,4% anteriormente previsto. O ajuste reflete a persistência de desafios estruturais, inflação mais baixa e um ambiente de negócios pressionado por juros elevados e incertezas políticas.

A situação da economia alemã é um dos principais fatores de preocupação. A maior potência industrial da Europa viu sua previsão de crescimento para 2025 cair para 0,3%, evidenciando dificuldades no setor manufatureiro, custos energéticos elevados e uma demanda interna ainda fraca. França e Itália também enfrentam um ritmo lento de expansão, com crescimentos projetados de 0,8% e 0,7%, respectivamente.

Apesar desse quadro desafiador, algumas economias conseguem se destacar. A Espanha mantém uma trajetória mais robusta, com previsão de crescimento de 2,6% em 2025, impulsionada pelo consumo doméstico e pelo setor de turismo. Portugal, com um crescimento estimado em 1,4%, também segue à frente de economias maiores, beneficiando-se de um setor tecnológico em ascensão e da estabilidade fiscal.

Enquanto isso, o Reino Unido, fora da União Europeia, enfrenta dificuldades semelhantes às do bloco, com um crescimento projetado de 1,2% para este ano. A economia britânica ainda sente os impactos do Brexit e de um ambiente global menos favorável para investimentos.

Além das dificuldades internas, a Europa precisa lidar com crescentes tensões geopolíticas que ameaçam sua frágil recuperação. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça impor tarifas entre 10% e 20% sobre produtos europeus, desencadeando uma possível guerra comercial que poderia arrastar a zona do euro para uma recessão. Economistas alertam que tais medidas podem comprometer ainda mais a competitividade da indústria europeia, especialmente na Alemanha e na França, aprofundando a crise econômica no bloco.

A recuperação econômica na Europa segue fragmentada, e a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu ao longo do ano pode trazer algum alívio. No entanto, a disparidade entre os países mostra que o bloco precisará de mais do que políticas monetárias para retomar um crescimento mais vigoroso. A capacidade de execução de reformas estruturais e a absorção eficiente dos fundos de recuperação europeus podem definir quais economias sairão fortalecidas desse cenário incerto. Além disso, a habilidade da UE em negociar acordos comerciais que minimizem os impactos das novas políticas protecionistas dos EUA será crucial para manter a estabilidade econômica nos próximos anos.

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