Portugal celebra acordo e prevê aumento de embarques para o Mercosul

Marcos Freire, do Porto 10 de dezembro de 2024 4 minutos
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A imprensa portuguesa viu com bons olhos o acordo assinado pelo Mercosul com a União Europeia na última sexta-feira.

“UE e Mercosul fecham acordo ambicioso e equilibrado de liberalização comercial”, analisou o jornal Público. “Acordo histórico UE-Mercosul: maior zona de comércio livre do mundo” publicou o diário Observador, que acrescentou: “Uma vitória para a Europa. UE fecha acordo comercial que estava a ser negociado há duas décadas”.

A rede pública de rádio e televisão RTP mostrou a opinião do ministro da agricultura do país, José Manuel Fernandes: “O acordo comercial assinado na sexta-feira em Montevideu é uma oportunidade para Portugal reduzir o déficit comercial que tem com o bloco latino-americano. Portugal tem no momento um déficit de comércio agroalimentar de 517 milhões de euros por ano com os países do Mercosul”. Para ele existe agora a possibilidade de reduzir esse número, por exemplo por meio do aumento dos embarques de produtos como vinhos, azeites e peras portugueses em direção ao Mercosul.

O tom positivo também aparece no Correio da Manhã, com a manchete “Von der Leyen celebra assinatura de acordo comercial histórico entre União Europeia e Mercosul”. Em aordagem um pouco mais neutra, o Jornal de Negócios registrou: “Von der Leyen celebra assinatura de acordo comercial UE-Mercosul”.

Em linhas gerais, Portugal já se mostrava uma voz de apoio ao acordo, com as principais lideranças políticas do país se posicionando a favor da iniciativa. Com o anúncio da assinatura, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, divulgou nota em que saúda a conclusão das negociações, “esperando que este acordo possa ser rapidamente confirmado pelo Parlamento Europeu e pelos Estados Membros, no seio do Conselho de Ministros da União Europeia.”

Ainda segundo o posicionamento oficial do governo português, Marcelo Rebelo de Sousa considera que a conclusão das negociações do Acordo UE-Mercosul representa um importante passo no fortalecimento de relações econômicas e políticas entre a Europa e a América Latina e, “em particular para Portugal, um reforço dos laços históricos e culturais com estes países e povos, já de si tão próximos.”

“Ao integrar cláusulas sociais e de sustentabilidade, representa também um compromisso com o Acordo de Paris e contribui para os objetivos do Pacto Ecológico Europeu. Este Acordo histórico representa uma oportunidade única para as empresas e a economia de ambos os lados do Atlântico, que terão acesso a um mercado de mais de 700 milhões de pessoas em condições mais favoráveis, seja para exportação, seja para investimento”, finalizou o presidente português na página oficial do governo.

Também o primeiro-ministro Luis Montenegro se manifestou de forma otimista. O seu perfil na rede social X parabeniza Von der Leyen “pela histórica conclusão das negociações do Acordo UE-Mercosul. Temos que avançar rapidamente com a criação da maior zona de comércio livre do mundo, com 700 milhões de consumidores, criando oportunidades para os nossos cidadãos e empresas”, escreveu Montenegro.

Outra voz de apoio e que será importante no processo de ratificação do acordo é a de Antônio Costa, ex-primeiro-ministro português. Ele assumiu recentemente a  presidência do Conselho Europeu, organismo da estrutura da União Europeia  onde o acordo também deve ser endossado. Costa publicou, no seu perfil da rede X, uma mensagem felicitando a Comissão Europeia “pelo acordo alcançado com o Mercosul. É uma conquista muito importante. O comércio é bom para a Europa. É bom para a competitividade e os empregos. É bom para o nosso lugar no mundo. É bom para os nossos cidadãos.”

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