Partido de direita defende ‘Dexit’, versão alemã do ‘Brexit’

01 de fevereiro de 2024 2 minutos
Europeanway

Com pouco mais de dez anos de existência, AfD (“Alternativa para a Alemanha”) é o partido alemão de extrema-direita que tem alcançado significativa influência no país. Ele ganhou notoriedade por suas posições radicais e de anti-imigração, avançou eleitoralmente e tem gerado um nível de ruído incomum no ambiente político de Berlim.

Depois de conquistar 94 assentos nas eleições federais alemãs de 2017, AfD tornou-se o terceiro maior partido do país e principal partido de oposição ao social-democrata SPD do chanceler Olaf Scholz.

Seu mais recente libelo é o ‘Dexit’, movimento que a exemplo do ‘Brexit’ britânico sugere tirar a Alemanha da União Europeia.

O líder alemão diz que qualquer movimento para deixar a UE seria catastrófico para o país e um elemento “destruidor de riqueza”.  Ele garante que a Alemanha foi o país que “mais lucrou” por participar de uma Europa unificada. Scholz exemplifica com o ‘Brexit’, que em suas palavras “mergulhou o Reino Unido num desastre econômico”.

Apesar de todo barulho que produz e dos dividendos eleitorais dos últimos anos, o apoio popular ao AfD vem caindo. Está abaixo dos 20% pela primeira vez desde julho de 2023, segundo recente pesquisa do tradicional Forsa Institute. A queda é resultado direto de uma série de protestos em todo o país contra as posições extremistas do partido realizados nas últimas três semanas.

Pela fotografia atual, AfD tem agora 19% de apoio, em segundo lugar na preferência dos eleitores, atrás do centrista CDU da ex-primeira ministra Angela Merkel com 32%, e à frente dos social-democratas do chanceler Olaf Scholz, com 15%.

A pesquisa do Forsa Institute aponta que os protestos em todo o país contra a AfD ganharam impulso extra com a divulgação de uma notícia de que dois altos membros do partido participaram de uma reunião onde foram discutidos planos para a deportação em massa de cidadãos de origem estrangeira.

A economia alemã recuou 0,3% em 2023. O país, conhecido como motor europeu, viu aumentar o pessimismo dos agentes econômicos, tanto na área industrial como no varejo segundo levantamento da Harver Analytics divulgado pelo jornal inglês Financial Times.

 

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