Para reduzir poluição e congestionamentos, Finlândia quer pedágios em centros urbanos

Ao defender a proposta, o governo cita a experiência de Estocolmo, na Suécia, onde o uso do transporte público cresceu após o início da cobrança

16 de julho de 2019 3 minutos
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Para reduzir as emissões de poluentes e também os congestionamentos, o governo finlandês quer dar aos municípios permissão para cobrar pedágio pela circulação de veículos nos centros urbanos. O plano foi revelado pela ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do país, Krista Mikkonen. Ainda não há na Finlândia uma lei que possibilite essa cobrança, mas isso deve mudar, afirma ela. 

"O programa do governo afirma que as áreas urbanas devem poder cobrar taxas se quiserem", disse a ministra. A redação de um projeto de lei para normatizar o assunto deve ser feita por vários ministérios, mas não há, por ora, previsão de quando o trabalho será concluído. 

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Um quinto de todas as emissões de carbono na União Europeia foi gerado pelo tráfego de veículos, de acordo com a Agência Ambiental Europeia. Na Finlândia, o transporte rodoviário responde por cerca de 17% das emissões, segundo a Statistics Finland, a agência oficial de estatísticas do país, e o Instituto Finlandês de Meio Ambiente (Syke, na sigla em finlandês). Em junho, o novo governo apresentou sua meta de neutralizar as emissões de carbono do país até 2035.

A proposta do governo é inspirada em parte em uma iniciativa adotada na vizinha Suécia, onde os "pedágios de congestionamento" ajudaram a reduzir a emissão de poluentes nos últimos anos. "O congestionamento diminuiu, a popularidade do transporte público aumentou e a qualidade do ar melhorou", disse a ministra.

A capital da Suécia, Estocolmo, por exemplo, cobra taxas para veículos que chegam e saem da cidade durante a semana, das 6h30 às 18h29. Os condutores pagam de € 1 a € 2 a cada vez que entram na cidade ou saem dela, dependendo do horário. O teto a ser pago por dia é de € 6 (cerca de R$ 25). otal de taxas que os motoristas devem pagar por dia é de no máximo cerca de seis euros, de acordo com o sistema de transporte público da cidade.

No momento, as reações à proposta estão divididas. Até 40% dos veículos que circulam pelas ruas de Helsinque chegam de fora dos limites da cidade. Algumas pessoas de fora da área da capital finlandesa não estão satisfeitas com a ideia do pedágio, entre elas o prefeito de Kirkkonummi, Tarmo Aarnio. Essa comunidade costeira rural fica no limite a oeste da região metropolitana de Helsinque e, ao longo das décadas, tornou-se quase um subúrbio da cidade. Aarnio disse que a implementação de taxas de congestionamento enfraqueceria a competitividade das regiões ao redor da capital. 

 

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