O que todos os países do mundo querem? Maior produção de energia limpa, ampliando a oferta de energia sem impactos ambientais. De olho nessa máxima, nove países da Europa, Ásia e Américas assinaram a Global Offshore Wind Alliance (GOWA), que deseja aumentar a produção de energia eólica para enfrentar as crises climáticas, energéticas e de segurança. A adesão da Bélgica, Colômbia, Alemanha, Irlanda, Japão, Holanda, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos a esse acordo ocorreu durante a COP27, que acontece no Egito.
A aliança visa ter uma capacidade instalada total de pelo menos 380 GW até 2030. Um gigawatt é energia suficiente para abastecer cerca de 750.000 residências — ou seja, esta capacidade instalada permitiria abastecer 285 milhões de residências.
A estratégia, liderada inicialmente pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), pela Dinamarca e pelo Conselho Global de Energia Eólica, visa expandir a energia eólica “em grande escala, em pouco tempo e a um preço competitivo”, reunindo governos, setor privado e organizações internacionais.
De acordo com os dados da Wind Europe, atualmente a matriz de energia eólica responde por 15% da eletricidade na Europa. Isso, segundo eles, garante mais do que o abastecimento: já são 300 mil postos de trabalho em todo o continente europeu.
O Reino Unido é o maior produtor desse tipo de energia renovável, embora existam mercados significativos na Alemanha e na Holanda. De acordo com a IRENA e a Agência Internacional de Energia (IEA), a capacidade eólica offshore precisará exceder 2.000 GW em 2050 para limitar o aquecimento global a 1,5°C e evitar uma catástrofe climática.
Na prática, a adesão dos europeus ao tratado visa buscar dentro da União Europeia a simplificação e acelerar o processo de obtenção de licença para projetos renováveis. As medidas visam desbloquear os planos de parques eólicos parados no pipeline administrativo, enquanto o bloco tenta atingir sua meta de 2030 de consumir 40% de energia de fontes renováveis.
“A energia eólica offshore representa uma oportunidade única para os países adicionarem grandes volumes de nova geração de energia com zero carbono”, disse Francesco la Camera, Diretor Geral da IREA, durante a COP27, que avalia a geração eólica como mais “competitiva que a geração de combustível fóssil e também pode fornecer um grande impulso ao investimento e à criação de empregos.”
De acordo com especialistas, a energia eólica offshore tem vantagem competitiva em relação a outras matrizes energéticas, pois ela pode ser implantada em larga escala, em prazos curtos e a um custo menor. Isso significa que muitas vezes é visto como uma maneira rápida e eficaz de atingir as metas de energia renovável.
Mas outras formas de energia limpa também são vitais para reduzir nosso impacto ambiental.
A embaixadora alemã do clima, Jennifer Morgan, classifica a nova aliança como uma oportunidade de transferir as habilidades e conhecimentos do país na indústria renovável para outros estados.