Aos 85 anos de vida, a empresa aérea norueguesa Widerøe está olhando para o futuro – e o futuro que ela vislumbra inclui aviões elétricos. A companhia, a maior do setor de transporte aéreo regional da Escandinávia, acaba de anunciar um plano de substituir totalmente sua frota de turboélices por aeronaves elétricas até 2030.
O projeto já está em andamento. Na primeira fase, que deve se estender por dois anos, o trabalho inclui estudos operacionais e desenvolvimento de conceitos. Para essa etapa, a Widerøe fechou uma parceria com a fabricante britânica de motores Rolls-Royce. A iniciativa será financiada pelo banco estatal de desenvolvimento Innovation Norway.
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Atualmente, a frota da empresa conta com 42 aeronaves turboélice da família De Havilland Dash-8, que, além de poluentes, estão com idade elevada – as aeronaves têm, em média, 21 anos, mas algumas passam de três décadas de uso. No ano passado, a companhia passou a usar também jatos ao receber os primeiros modelos E190-E2, comprados da brasileira Embraer (foto). Já são quatro desses aviões em operação no momento.
A meta da Widerøe, empresa fundada em 1934, pode ser ousada pelo prazo relativamente curto até sua completa adoção, mas não é um passo isolado no país. Na verdade, toda a aviação doméstica norueguesa deve utilizar exclusivamente aviões elétricos a partir de 2040, segundo o cronograma anunciado no ano passado pelo governo.
“Nossa principal rede de voos locais de pistas curtas nas partes costeira e norte do país é ideal para aeronaves elétricas, e nossa oferta abundante de eletricidade limpa significa que esta é uma oportunidade que não podemos perder", diz Ola Elvestuen, ministro do clima e meio ambiente da Noruega. "Estamos determinados a mostrar ao mundo que isso é possível e muitos ficarão surpresos com a rapidez com que isso acontecerá."